Ao presidir ontem, em Brasília, uma reunião do Conselho Nacional de Justiça em que se analisou o desvio de conduta de diversos juízes, o ministro e presidente do STF, Joaquim Barbosa, fez duras críticas à composição da Justiça Eleitoral.

Segundo ele, é inaceitável que advogados que integram essa Justiça trabalhem em seus escritórios durante o dia, e à noite vistam a toga de juiz.

“Se fôssemos levar a sério a prerrogativa de acabar com incongruências que existem no Judiciário brasileiro, as primeiras que deveríamos extinguir são as que beneficiam advogados. Por exemplo: há coisa mais absurda que o advogado ter seu escritório durante o dia e à noite se transformar em juiz?”, perguntou.

Na ocasião, o CNJ discutia se procuradores da Fazenda Nacional podem ser cedidos para assessorar o gabinete de magistrados. O questionamento foi feito pela OAB-RJ.

Para o ministro, “a Justiça Eleitoral nada mais é do que isso. Ela conta com quase um terço dos seus membros como advogados. É esse tipo de absurdo que temos que eliminar e não isso (nomeação de procurador da Fazenda em gabinete de magistrado). Ganhando um “salário miserável” de R$ 10 mil.