Caso Marielle: Promotor contesta arrependimento de Ronnie Lessa e Élcio Queiroz e pede pena máxima

Os ex-policiais são réus confessos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz
Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz (Foto: Mídia NINJA | Reprodução)

O promotor Eduardo Martins contestou nesta quinta-feira (31) a sinceridade do arrependimento expressado pelos ex-policiais Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, réus confessos pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

“Que arrependimento é esse com algo em troca? Eles pediram algo em troca para falar o que falaram. Até outro dia eles estavam negando todas as imputações”, disse o promotor.

Martins destacou ainda que ambos optaram por colaborar com a Justiça somente após serem informados sobre novas provas em posse da Promotoria. Élcio aceitou a colaboração premiada em 2023, depois de saber que foram encontradas evidências contra Lessa. Lessa, por sua vez, firmou o acordo ao tomar conhecimento dos depoimentos de Queiroz.

“Quando eles fizeram a colaboração, eles estavam encurralados. Já sabiam que a condenação era certa. Para esse julgamento, nós não precisávamos dele. Ele esclareceu para outros réus”, afirmou.

Em interrogatório na quarta-feira (30), Lessa pediu perdão pelo crime e afirmou que a delação aliviava um “peso nas costas”. Já Élcio alegou estar com remorso, justificando que não sabia que seria envolvido em um homicídio ao entrar no carro com Lessa.

Caberá à juíza Lúcia Glioche definir a pena dos réus, que enfrentam acusações de dois homicídios e de tentativa de homicídio. A pena máxima, solicitada pelo MP, é de 84 anos.

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