O projeto de Transposição das Águas do Rio São Francisco já abastece boa parte do Nordeste Setentrional, mas para cumprir o propósito de beneficiar 12 milhões de nordestinos, como inicialmente previsto, muitas obras complementares precisam ser concluídas.
Conforme série de reportagem publicada pelo Movimento Econômico, algumas dessas obras começam a avançar, como o Ramal do Salgado, no Ceará, e o Ramal do Apodi, na Paraíba.
Por outro lado, outras obras que já estão concluídas não têm condições de transportar o volume projetado de água porque carecem de equipamentos. É o caso do trecho do Eixo Norte da Transposição no Ceará.
As águas do Rio São Francisco já chegam a 1,65 milhão de pessoas na Paraíba e em Pernambuco. Dos 4 milhões de residentes da Paraíba, 1 milhão – ou seja 25% – têm água nas suas torneiras graças a esse projeto.
Em Pernambuco, são 650 mil pessoas que recebem as águas da transposição. Esse volume destinado ao estado, porém, está aquém do projetado e a razão é que a principal obra complementar que vai transportar a água, a Adutora do Agreste, ainda está em obras.
A primeira fase da Adutora do Agreste tem a conclusão prevista para 2026 e isso vai exigir mais R$ 500 milhões em investimentos, além do R$ 1,2 bilhão já empregados no projeto. O empreendimento é construído, majoritariamente, com recursos federais.
A segunda etapa da Adutora do Agreste vai beneficiar 45 cidades, podendo abastecer 800 mil pessoas. Esta segunda fase tem um orçamento estimado em R$ 2 bilhões e as obras devem iniciar em 2026, segundo o secretário de Recursos Hídricos e de Saneamento de Pernambuco, Almir Cirilo. A expansão da distribuição hídrica traz alento a muita gente, mas não deixa de ser lamentável que esteja ocorrendo com tanto atraso.