O movimento já é conhecido nos bastidores e a avaliação é de que ao acenar para o centro e sinalizar compromisso com a estabilidade institucional, Bolsonaro busca reduzir as resistências no Supremo, sobretudo diante de uma eventual aprovação de um projeto de anistia pelo Congresso. Além disso, essa aliança retiraria o MDB da base de sustentação do presidente Lula (PT) no parlamento.
Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, Bolsonaro desconversou sobre a possibilidade de compor uma chapa com Temer.
“Está na mídia, não sei se é verdade ou não, eu não falo sobre esse assunto, é o [Michel] Temer [MDB] de vice. Não descarto conversar com ninguém, até com você. Não sei… ele é garantista, é um ex-presidente. O impeachment [de Dilma Rousseff em 2016] abriu uma brecha para eu me candidatar. Não existe impeachment sem vice”, disse.
Bolsonaro está inelegível devido a uma condenação pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por abuso de poder político e econômico e uso indevido dos meios de comunicação sob a acusação de difundir mentiras sobre o processo eleitoral em reunião com embaixadores e utilizar eleitoralmente o evento de comemoração do Bicentenário da Independência.
Ele é ainda alvo de outras investigações, entre elas, a que apura as tratativas para um golpe de Estado no Brasil.