O ministro Nunes Marques, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), enviou à PGE (Procuradoria Geral Eleitoral) a queixa-crime apresentada pela campanha de Guilherme Boulos (Psol) contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
A ação foi motivada por uma declaração dada por Tarcísio em 27 de outubro de 2024, dia do 2º turno das eleições. Na ocasião, ele afirmou que a facção criminosa PCC havia orientado voto em Boulos, adversário na disputa pela Prefeitura de São Paulo de Ricardo Nunes (MDB), apoiado pelo governador.
Na quinta-feira (7), o TSE intimou o Ministério Público Eleitoral a se manifestar sobre o caso. Com base na análise do MP, o relator, Nunes Marques, decidirá se o processo seguirá para julgamento na Corte.
Boulos x Tarcísio
Em 27 de outubro, ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), Tarcísio havia afirmado a jornalistas, em seu local de votação no Colégio Miguel de Cervantes, que o PCC orientou seus integrantes a votarem em Boulos, sem apresentar provas. Ele disse que a informação seria resultado de uma “interceptação de conversas” por meio de ações de inteligência.
O TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) informou que não recebeu oficialmente qualquer dado sobre o suposto direcionamento de votos pelo PCC.
A SSP-SP (Secretaria de Estado dos Negócios da Segurança Pública de São Paulo) afirmou que o Sistema de Inteligência da Polícia Militar “interceptou a circulação de mensagens atribuídas a uma facção criminosa” determinando a escolha de candidatos à prefeitura na capital paulista, em Sumaré e em Santos. No comunicado, o órgão não especifica qual organização criminosa teria orientado seus integrantes e não menciona que o pedido de votos a detentos era para Boulos.
Nunes foi reeleito para o cargo por mais 4 anos a partir de 1º de janeiro de 2025. Com 100% das urnas apuradas, o emedebista recebeu 59,35% dos votos válidos (dados aos candidatos, excluindo-se os brancos e os nulos) contra 40,65% do deputado Guilherme Boulos.
Do Poder360