*Por Marlos Porto
“Perguntar não ofende: A anistia política aos terroristas do 8 de janeiro foi para as cucuias?”
Respondendo à importante questão posta pelo jornalista Magno Martins em seu blog, em sua coluna desta sexta-feira (15), penso que tudo vai depender do andar da carruagem. Quais elementos novos podem ser revelados sobre o ocorrido ou novos fatos que possam ocorrer. Como vão se posicionar as lideranças. O Golpe de 1964 estava ocorrendo em 1961, e só foi freado e interrompido graças a ações desencadeadas sob a liderança de um grande líder: Leonel Brizola. Herói da Pátria. Na época, governador do RS.
Hoje, faltam grandes lideranças com grande potencial de influência, seja à esquerda ou à direita. Ciro Gomes perdeu muito espaço, mesmo sendo uma grande liderança em termos de qualidades pessoais; seu alcance hoje não é sequer decisivo no plano municipal, em Fortaleza. Lula declina, Bolsonaro tenta se reencontrar, Pablo Marçal lambe as feridas e se resguarda, depois da subida meteórica, João Campos cresce os olhos para o governo do Estado antes mesmo de tomar posse no segundo mandato de prefeito, e Caiado, Freitas e Pacheco são exemplos de políticos de uma linha mais contida, mais reservada, não vão se expor.
Não há mais um Jefferson Peres, um Pedro Simon, um ACM, ou mesmo um Jarbas no Congresso para causar alguma polêmica, algum rebuliço, algum discurso forte que ganhe repercussões, que ecoe na mídia, no meio político e na sociedade. O que isso significa? Que o campo está aberto para novos nomes, novas lideranças. Há nas redes sociais sempre pessoas que têm posições interessantes, mas geralmente são nomes que não têm interesse ou preferem não assumir um interesse na luta político-partidária, pelo menos por enquanto.
Mas são formadores de opinião e às vezes a vida própria das redes sociais ganha corpo e lança luzes, tal como um farol, para o observador atento analisar para onde vai o barco, ou a nuvem da política. Aguardemos.
Enquanto isso, uma lustrosa sumidade vocifera contra a suposta “mediocridade” daqueles que, no seu entender, “por conta de opiniões ideológicas”, não fazem coro com aqueles que, açodadamente, tacham a autoimolação do chaveiro Francisco Wanderley Luiz como sendo um “gravíssimo ato terrorista”, antes de concluída qualquer investigação a respeito.
*Analista político