PT fechou com Hugo Motta, mas não perdoa seu voto pelo impeachment de Dilma. Entenda

PT fechou com Hugo Motta. Há, porém, um ponto solto mais delicado para o candidato à presidência da Casa conseguir amarrar.

PT fechou com Hugo Motta, mas há pontos a alinhar
PT fechou com Hugo Motta, mas há pontos a alinhar – Foto: Agência Brasil/EBC/Divulgação

Futuro presidente da Câmara dos Deputados, a partir de fevereiro, numa escolha sem disputa, o deputado paraibano Hugo Motta (Republicanos) tem dito, em reserva, que o seu maior desafio é se equilibrar em meio a diferentes interesses. Alguns deputados têm pedido cargos em comissões e na Câmara. Sem se comprometer, o parlamentar diz que esse acerto precisa ser feito com os líderes

Há, porém, um ponto solto mais delicado para o candidato à presidência da Casa conseguir amarrar. Ao mesmo tempo que condena a ofensiva golpista que culminou no 8 de janeiro, o que agrada os governistas, não fecha completamente as portas para o projeto que defende a anistia aos envolvidos nos atos antidemocráticos, o que soa bem aos ouvidos bolsonaristas.

Essa dualidade causa incômodo em parte do PT, mas os parlamentares mais alinhados lembram de episódios em que a intervenção de Motta ajudou o Palácio do Planalto. Em junho de 2023, o Congresso quase deixou expirar a Medida Provisória que montou a estrutura do governo, o que, na prática, levaria a gestão petista para a configuração da administração do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Líderes do Centrão estavam dispostos a comprar a briga e recordam de uma reunião na residência oficial da Câmara em que Motta, junto com Lira, atuou para que um voto de confiança fosse oferecido a Lula. “Ele é da paz. Sempre atua para acalmar os ânimos”, afirma o deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA), um dos vice-líderes do governo na Câmara.

Em contraponto, há no PT quem não esqueça do alinhamento anterior com o governo Bolsonaro — foi escolhido para ser o relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que liberou recursos para a União gastar no combate à pandemia de Covid-19 — e, principalmente, da relação com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. Motta foi da “tropa de choque” do algoz de Dilma Rousseff no impeachment.

“Senhor presidente, com o orgulho de representar nesta Casa o povo do meu Estado, a Paraíba, convicto ainda mais da necessidade de uma união nacional depois deste processo, para que o Brasil retome o seu crescimento e o seu desenvolvimento, eu voto sim”, disse Motta na sessão que encaminhou o afastamento da petista.

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