Desembargador da Bahia que ‘libertou’ fundador do BDM é aposentado

Luiz Fernando Lima era alvo de investigações no Conselho Nacional de Justiça

Por Leo Moreira

Desembargador havia 'libertado' um dos fundadores da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM)
Desembargador havia ‘libertado’ um dos fundadores da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM) – 
O desembargador Luiz Fernando Lima, que virou alvo de investigações da Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por conceder o benefício de prisão domiciliar para Ednaldo Freire Ferreira, o “Dadá”, fundador da facção criminosa Bonde do Maluco (BDM), foi aposentado compulsoriamente por idade ao completar 75 anos. A decisão foi publicada nesta segunda-feira, 25, no Diário da Justiça.

 

“Aposentar compulsoriamente, por implemento de idade, o Desembargador LUIZ FERNANDO LIMA, integrante da 1ª Câmara Criminal, cadastro nº xxxxx, nos termos do art. 6º, §1º, inciso III, da Emenda Constitucional Estadual nº 26/2020, com efeito a partir de 23 de novembro de 2024”, diz a decisão.

O juiz entrou na mira da Justiça e passou a responder a um processo administrativo disciplinar (PAD) em tramitação no CNJ, após denúncia veiculada pelo Portal A TARDE no dia 12 de outubro, na qual era exposto à decisão polêmica do magistrado.

Dadá segue foragido da Justiça
Dadá segue foragido da Justiça | Foto: Reprodução

A ‘liberdade’ de Dadá foi concedida no dia 1º de outubro (um domingo, às 20:42), durante o plantão judiciário do desembargador. Horas depois, o pedido de prisão domiciliar foi revogado pelo desembargador Julio Travessa, da 2ª CÂMARA CRIMINAL – 1ª TURMA, atendendo o recurso interposto pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), através do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco). No entanto, era tarde demais, Dadá já havia sido liberado do presídio de segurança máxima onde estava cumprindo a pena no Estado de Pernambuco e não foi mais encontrado.

Segundo uma fonte do Portal A TARDE, o pedido para que o traficante cumprisse a prisão de forma domiciliar foi inicialmente solicitado a Justiça Pernambucana, porém, ela se julgou incompetente para proferir a decisão. Na Bahia, o pedido foi aceito.

O argumento utilizado foi que Dadá é pai de um menor “portador do TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO NÍVEL 3 (CID F84.0) e completamente dependente da figura paterna”.

No entanto, não foi a primeira vez que o, agora foragido, usou esse argumento para escapar da prisão. Em setembro de 2022, quando se encontrava preso em um complexo presidiário na Bahia, a defesa dele solicitou e sua prisão foi convertida domiciliar, porém, ele aproveitou o benefício para escapar.

Dadá segue sendo procurado pelas autoridades.

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