Justiça determina bloqueio de R$ 46 milhões de patrocinadora do Bahia
Por Luiz Guilherme
A Justiça de Pernambuco decidiu acatar o pedido da Polícia Civil e determinou o bloqueio de 6,3 milhões de libras esterlinas – cerca de R$ 46 milhões – encontradas em uma conta associada à Esportes da Sorte na Ilha de Man, um paraíso fiscal localizado entre a Inglaterra e a Irlanda do Norte.
Com isso, a principal patrocinadora do Esporte Clube Bahia já teria movimentado um valor equivalente a 485 milhões de euros (R$ 2,9 milhões), sendo 10 mil libras esterlinas (R$ 73 mil) em uma transferência a conta ligada ao cantor Gusttavo Lima nas Ilhas Cayman, um outro paraíso fiscal. Em relatório da polícia, é citado o repasse, porém sem relacionar a indícios de irregularidades.
Em documento divulgado na última segunda-feira (26), o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE), disse que não existem elementos que demonstrem que os valores são provenientes de infração penal.
Não existem elementos que demonstrem que os valores das operações suspeitas são provenientes de infração penal, e em razão da absoluta inexistência de correlação dessas movimentações com o investigado Darwin Henrique da Silva Filho, possível contraventor do jogo do bicho, e suas empresas”, diz parte do documento.
No entanto, a Justiça pernambucana decidiu ir por um caminho contrário do que o documento alegava e pediu o bloqueio da conta.
“As evidências indicam que os valores no montante de 6,3 milhões de libras esterlinas estão associados a atividades ilícitas, provavelmente relacionadas a jogos ilegais e lavagem de dinheiro no Brasil”.
A acusação, inclusive, aponta que a empresa processa apostas por meio de quatro intermediários de pagamento, que receberam R$ 15 bilhões entre 2009 e setembro de 2024. No entanto, o documento não especifica se esse valor corresponde apenas aos depósitos que tiveram beneficiário do grupo Esportes da Sorte.
Após justificar o pedido de bloqueio, a polícia menciona que a Justiça havia determinado a apreensão de R$ 600 milhões dos investigados. No entanto, os valores encontrados no momento, incluindo os R$ 46 milhões encontrados em Man, “não se aproximam nem de longe” do montante bloqueado.