A DITADURA DA OAB
Opinião
Os advogados devem votar para a escolha do Quinto Constitucional, para disputar à vaga de desembargador.
Agora, sem critérios definidos, a OAB pretende escolher no lugar dos advogados.
É o poste mijando no cachorro.
Os advogados vêm travando uma batalha contra essa Bastilha, tentando não aceitar uma eleição indireta na OAB.
A última eleição indireta na Bahia foi a que elegeu o governador Luiz Viana Filho, em 1967, em plena ditadura militar.
Ana Patrícia e Saul Quadros, vêm travando um duelo sem armas contra o adversário que detém o poder.
Toda luta política é mais gloriosa quanto menor a chance de vitória.
Nada de bom se faz em vão, como nada de mau escapa às suas maléficas repercussões. Não existem ideias e nem atos, isolados. Todo eco repercute em tudo.
A posição em relação ao Quinto Constitucional vai minar as bases do autoritarismo da OAB e que esse indiferentismo contra os advogados, mais cedo ou mais tarde trará frutos para a derrota.
Não cabe uma OAB, sem abertura ampla para o ar da liberdade da escolha e fechada para a força. Usam uma fórmula vã, com ídolos gastos.
Inadmissível a volta a estágios primitivos, porque a OAB não pode perder a sua própria razão de ser.
Se a escolha não for a eleição direta, é a volta do vento enfurecido da violência, como se tivesse restaurando o AI-5, um regime de exceção, não assegurando a diversidade de opiniões e o resguardo dos advogados contra o arbítrio da OAB.
Que insânia é essa de uma cúpula ficar contra os advogados?
Os advogados não precisam de favores de quem quer que seja, nem somos pedintes a mendigar a caridade de poder escolher nossos candidatos. Mas, não podemos ficar parados por capricho de um grupo que queira dominar a nação dos advogados e engolir nossos votos, como se fôssemos ninguém. A escolha deve ser uma representação viva dos advogados.
Escrito, por Henrique Rosa, advogado.