Coronel ligado a Braga Netto articulava defesas e mantinha contato com investigados na trama golpista
Militar era conhecido como “Cid de Braga Netto” e compilava documentos que incluíam perguntas sobre a delação de Mauro Cid
Após ter acompanhado Braga Netto em diversas funções desde 2019 — na Casa Civil, no Ministério da Defesa e, mais recentemente, na sede do PL em Brasília —, o coronel atuava nos últimos meses como assessor do deputado distrital Thiago Manzoni (PL), mantendo ao mesmo tempo a colaboração informal para apoiar a defesa do general.
Peregrino alega que seu auxílio a Braga Netto era motivado por “lealdade e camaradagem”, fruto da convivência e do trabalho conjunto nos últimos meses do governo Bolsonaro. Conforme informações obtidas pela reportagem, o militar não receberia recursos financeiros por essa assistência, mantendo-a de forma extraoficial.
Nas buscas realizadas em fevereiro deste ano na sede do PL, a PF encontrou documentos considerados comprometedores na mesa de Peregrino. Entre eles, um texto com perguntas e respostas sobre a delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e um manuscrito intitulado “Operação 142” — em referência ao artigo da Constituição Federal sobre o papel das Forças Armadas. Esse manuscrito trazia tópicos que, segundo o apurado, apontavam para um possível golpe, citando a “anulação das eleições”, a “prorrogação dos mandatos”, a “substituição de todo TSE” e planos antidemocráticos para impedir que “Lula não sobe a rampa”.