Ações do TCE-PE economizaram R$ 1,1 bilhão no estado e municípios, diz presidente
Em entrevista ao Diario, o presidente do Tribunal de Contas de Pernambuco (TCE-PE), Valdecir Pascoal, antecipa que deve recomendar fim da previdência própria em cidades pernambucanas
Por: Ricardo Dantas Barreto, do Blog Dantas Barreto
Em entrevista do Diario, concedida na tarde da terça-feira (17), Pascoal defendeu ações preventivas no controle de gastos públicos e também antecipou quais devem ser os principais desafios de 2025. Na lista de prioridades, por exemplo, está enfrentar os gargalos das previdência municipais. Disse ainda que pretende manter diálogo aberto com gestores públicos. Em março, o órgão deve organizar um evento com todos os prefeitos e presidentes de Câmaras de Vereadores para tratar de questões fiscais e também estreitar relações. O local ainda não foi definido.
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Presidente do TCE-PE, Valdecir Pascoal (Rafael Vieira/DP Foto) |
Do ponto de vista da tese do federalismo, seria bom que cada município tivesse uma previdência própria, mas essa governança é muito difícil. Há insegurança financeira e [um cenário que envolve] um quadro que, muitas vezes, não é de servidores efetivos, mas comissionados ou temporários. No limite, estamos falando de pessoas que correm o risco de ficar sem receber da previdência.
Rafael Vieira/DP Foto |
Hoje, tudo é pela temática: infraestrutura, educação, saúde, segurança pública. Fazemos o diagnóstico e publicamos periodicamente. Neste ano, pela primeira vez, por exemplo, fizemos uma série completa sobre a Defesa Civil, que é um tema importantíssimo, e tratamos de desertificação nos municípios. Também criamos o indicador de compromisso com a alfabetização na idade certa. É um choque de transparência.
Na área de política pública, devemos aprimorar nosso portal, chamado Tome Conta, com informações de obras, de pessoal, de previdência. Outra novidade vão ser os dados de renúncia fiscal e de receitas, que hoje são opacos, do estado e de cada município. Há vários programas, nesse sentido, em vigor.
Também queremos mostrar os gastos com festividades, em um painel que vai reunir informações do Carnaval, São João, Festa da Padroeira, emancipação de municípios, além de um painel sobre micro e pequenas empresas. Devemos, ainda, lançar um novo indicador de segurança e fazer um levantamento sobre a adequação dos municípios pernambucanos ao Sistema Único de Segurança Pública (Susp). Por lei, todos os municípios devem ter um plano nessa área.
Rafael Vieira/DP Foto |
DEFESA DA DEMOCRACIA
Há uma crise de confiança do povo por problemas do próprio serviço público, mas também pelas redes sociais, que são movidas por algoritmos, em uma epidemia de desinformação. Na medida em que melhoramos nossa forma de comunicação, traduzindo o tecnicismo e tornando a linguagem acessível para todos, a gente também qualifica a instituição e a população passa a confiar.
O papel do Tribunal é fiscalizar o dinheiro do povo, contribuir para a política pública e melhorar a vida do cidadão. Mas também há um papel, mais mediador, de fortalecimento da democracia. Não existe democracia sem controle. E não existe controle sem democracia.