Transnordestina e transição energética: superintendente da Sudene aponta prioridades para 2025; ”Nordeste tem muitas oportunidades”

A autarquia aprovou o Plano Regional de Desenvolvimento Nordeste (PRDNE), que é um instrumento que orienta as ações na região Nordeste

Por: Aimé Kyrillos, do DP
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O Superintendente da Sudene, Danilo Cabral, apontou os principais projetos de 2024 (Foto: Elvis Aleluia)
O superintendente da Sudene, Danilo Cabral, visitou o Diario de Pernambuco, na manhã desta quarta-feira (18), e fez um balanço dos 18 meses em que está no comando da autarquia federal.
Segundo Danilo, os seis primeiros meses serviram para conhecer a instituição mais de perto como os fluxos, os mecanismos e exercer o papel institucional da Sudene.
“Foi um momento de instalação, de formular o pensamento e definir os caminhos da instituição e adotar um diálogo mais federativo”, disse.
Segundo o Superintendente, assim que assumiu o comando da Instituição, o órgão conseguiu aprovar o Plano Regional de Desenvolvimento Nordeste (PRDNE), na primeira reunião do conselho deliberativo, que é a instância máxima da Sudene e está em trâmite no Congresso Nacional.
Entre os eixos principais de atuação da Sudene, Cabral destacou alguns projetos que estão em andamento e garantiu à Região Nordeste o envio de verbas para destravar as obras da Transnordestina, a transição energética e a parceria que já está acontecendo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Confira os principais trechos da entrevista: 
 
Transição Energética
“O Nordeste tem muitas oportunidades. A gente está vivenciando a transição energética. A região é um grande celeiro. Hoje, é a maior oportunidade que a gente visualiza aqui. É justamente a ocupação desse espaço com energia solar, eólica e o hidrogênio verde. O hidrogênio é uma etapa mais para frente. O Sol, que durante muito tempo foi muito uma adversidade aqui para nossa região, hoje se transforma num maior ativo que a gente tem. Além dos ventos, que também são indicadores técnicos de que o Nordeste é um celeiro.  A Sudene tem parte importante nesse processo também, porque boa parte dessas plantas, tanto eólica como solar, recebem financiamento do FDNE, que é um fundo vinculado à Sudene”.
Transnordestina
“A Sudene foi responsável pela reativação das obras da ferrovia no ano passado. Ela conseguiu destravar as obras que estavam paralisadas desde 2014. Na nossa gestão, liberamos R$ 811 milhões para reativar a obra e agora, há pouco mais de 30 dias, a gente teve com o Presidente Lula lá em Brasília, no Palácio Planalto, quando foi feita a assinatura do aditivo que cria um novo fundo para terminar ou pelo menos avançar. A Sudene é a maior financiadora da Transnordestina. Dos R$ 15 bilhões previstos para concluir a obra, R$ 7,5 bilhões serão financiados pela Sudene. Nesse trecho, a expectativa do governo é que, em 2026, a gente tenha a Transnordestina operando uma parte ou quase toda ali no trecho que vai para Pecém, no Ceará.  O que foi a responsabilidade que ficou na nossa relação da concessão”.
IBGE
A Sudene também firmou uma parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e disponibilizará uma base de dados com vários estudos e pesquisas, que servirá como fonte para empresas que querem empreender na região. A gente trouxe o IBGE para dentro da Sudene. O presidente Márcio Costa esteve aqui recentemente e com isso a gente quer devolver a Sudene aquilo que ela já cumpriu como papel, essa tarefa que ela tem de fazer formulação de política de forma estratégica e ninguém formula porque se não tiver informação, a informação precisa ser informação de qualidade que você possa tomar a melhor decisão. Então, o que a gente quer e essa parceria vai permitir é estruturar aqui na região um Hub de informações, uma plataforma de informação do Nordeste. A gente tem um conjunto de informações que estão disponíveis em vários órgãos, inclusive do estado brasileiro e na iniciativa privada, as federações da indústria têm, o SEBRAE tem, ou seja, a gente quer juntar isso. E aí você tem mecanismos de Inteligência Artificial que você pode utilizar para isso. Criar num ambiente dentro da Sudene uma plataforma para quem quiser olhar para o nordeste sobre qualquer dimensão seja para o econômico que é empreender e quer saber onde vai empreender, né com a segurança que ele tem que aquele município tem um indicador que dialoga com aquilo que é necessário para o empreendimento”.
Comitê
Outro movimento destacado pelo Superintendente da Sudene foi a reativação do Comitê  Regional de Instituições Financeiras Federais que começará a dar frutos em 2025 aqui na região Nordeste.
“É um comitê que deveria ter um papel de discutir toda política de financiamento da região. Então, originalmente faz parte dele o BNDES, o BNB, a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, que são os bancos públicos que fazem investimento na região. Esse comitê estava parado também desde 2014 e nós reativamos ele e incorporamos outros atores que fazem financiamento aqui da região e que não estavam presentes. O principal é o Finep, que é um grande instrumento de financiamento. A gente tá falando inovação de pesquisa tem R bilhões de orçamento da Finep que vão olhar para o Nordeste também”.
Visitas
A partir de janeiro de 2025, está na agendado um tour, chamado de “road show”, que vai percorrer todos os estados do nordeste, além de Minas Gerais e Espírito Santo, na região sudeste, com o objetivo apresentar o órgão para provocar empresários e gestores públicos a apresentarem projetos para a Sudene.
“Vamos percorrer todo o Nordeste quando digo o nordeste, também está incorporado Minas e Espírito Santo, que faz parte da atuação Sudene, para que a gente possa se apresentar, de forma integrada para quem quer empreender e para quem tá chegando agora às prefeituras. Então, se você tem alguma coisa para fazer aqui na região, a gente pode lhe ajudar, temos essa linha aqui pelo Banco do Nordeste, essa linha pelo BNDES, essa linha pela Finep e essa linha pela Sudene de forma organizada. Então isso é uma coisa muito importante também para a integração dos instrumentos de financiamento. A gente tá integrando a pesquisa em todas as Universidades. Estamos integrando quem tá financiando com todos os bancos aqui presentes, a gente tá integrando na política com todos os governadores, ou seja, são movimentos que reposicionam a casa em relação à percepção da própria sociedade. Enfim, já estamos colhendo em 2024 e acho, inclusive, que 2025 é o ano das entregas”.

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