Bolsonaristas temem delações de militares de baixa patente

Prisão de general Braga Netto desperta apreensão de que outros membros das Forças Armadas possam colaborar com a Polícia Federal

Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro
Jair Bolsonaro e atos golpistas de 8 de Janeiro (Foto: REUTERS)
A recente prisão do general Walter Braga Netto, realizada em 14 de dezembro por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, tem gerado grande preocupação entre os militares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro. De acordo com informações fornecidas por Mônica Bergamo, a possibilidade de Braga Netto firmar um acordo de colaboração com a Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de estado no Brasil é considerada remota por integrantes do núcleo próximo a Bolsonaro.

“Braga Netto, devido à sua alta patente e histórico, conseguiria resistir por mais tempo a uma prisão prolongada. No entanto, para militares de patentes inferiores, a detenção do ex-comandante pode ser vista como um sinal de que ninguém está acima das investigações,” afirmou uma fonte próxima ao grupo bolsonarista.

Apesar da resistência esperada por parte de Braga Netto, há um temor crescente de que sua prisão possa desencadear uma onda de delações entre militares de menor hierarquia. “Se até um general de quatro estrelas não conseguiu escapar de uma longa temporada no cárcere, como os demais irão reagir?”, questiona a fonte, apontando para o tenente-coronel Mauro Cid, que optou por colaborar com a PF. Segundo relatos, Cid teria sido motivado tanto pela oportunidade de reconstruir sua vida e proteger sua família quanto por uma possível ruptura com a lealdade ao ex-presidente. Braga Netto, acusado de tentar obstruir as investigações sobre o golpe, nega as acusações.

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