Brasileiro entra na lista de terroristas dos EUA acusado de liderar coletivo supremacista

O brasileiro Ciro Daniel Amorim Ferreira foi citado nesta segunda-feira (13) como um dos administradores do Terrorgram, um coletivo supremacista branco que acaba de integrar a lista de grupos terroristas. Em seus últimos dias como presidente, Joe Biden, que se comprometeu na luta contra o racismo, colocou o Terrorgram na mesma categoria que os coletivos julgados por jihadismo.

Washington classificou o coletivo supremacista branco Terrorgram como um grupo terrorista, acusado de organizar ataques em todo o mundo. O coletivo transnacional opera principalmente na mídia social e na plataforma de mensagens digitais Telegram.

Segundo o Departamento de Estado norte-americano, o Terrorgram “promove o supremacismo branco violento, incita ataques a adversários potenciais e fornece orientação e materiais de instrução sobre táticas, métodos e alvos para ataques, inclusive contra infraestruturas essenciais e funcionários do governo e glorifica aqueles que realizaram tais ataques”.

Ao anunciar a decisão, o órgão também designou três supostos administradores do Terrorgram como terroristas: o brasileiro Ciro Daniel Amorim Ferreira, o croata Noah Licul e o sul-africano Hendrik-Wahl Muller. O governo americano explica que Ferreira é um dos administradores de um canal do Terrorgram e reside no Brasil. Muller vive na África do Sul e também seria um dos administradores e Licul, que vive na Croácia, seria um membro sênior do coletivo. Os três “estão sendo designados por serem líderes do Terrorgram”, explicou o Departamento de Estado.

Movimento de ultradireita

Esse movimento de ultradireita, que se organizou nos Estados Unidos, usa o aplicativo de mensagens Telegram, do qual tira seu nome, para se comunicar. Ele promove o que chama de uma “guerra racial”.

Segundo o governo americano, entre os ataques ou tentativas de ataques motivados e facilitados pelo grupo estão um tiroteio em outubro de 2022 em um bar frequentado por homossexuais em Bratislava, capital da Eslováquia, um ataque planejado em julho de 2024 contra instalações de energia em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e um ataque com faca em agosto de 2024 em uma mesquita na Turquia. Em setembro de 2024, dois moderadores do grupo foram presos nos Estados Unidos por incitar assassinatos por motivos raciais, assassinato de autoridades e atos de sabotagem de infraestrutura.

“Os Estados Unidos continuam profundamente preocupados com a ameaça global representada pelo extremismo violento motivado por raça ou etnia, e determinados a se opor aos componentes transnacionais do supremacismo branco violento”, explicou o Departamento em comunicado.

Folhapress

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