Governo recuou sobre Pix após Secom concluir que batalha contra as fake news estava perdida
A nova equipe da Secom buscou especialistas externos e concluiu que os danos das notícias falsas eram irreversíveis
Após as discussões sobre o assunto, a conclusão foi de que, nem mesmo com as comprovações de que a taxação do Pix era uma mentira, os efeitos negativos já estavam alastrados. Vídeos de opositores de Lula sobre o tema bateram mais de 200 milhões de visualizações, enquanto o vídeo do presidente bateu apenas 16 milhões.
Durante uma reunião com os ministros da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, Sidônio apresentou o diagnóstico. A Secom tem trabalhado para reduzir as expectativas dentro do governo de que todas as crises são resolvidas a partir de campanhas de publicidade e engajamento digital. A crise causada pela onda de fake news sobre o Pix atrapalhou a organização da nova equipe de comunicação, que ainda está em fase de mudança de integrantes.
Pix – Entraram em vigor, em 1º de janeiro de 2025, normas, posteriormente anuladas, da Receita Federal que ampliavam a fiscalização sobre o uso da plataforma Pix de pagamentos.
De acordo com as regras, publicadas pelo governo federal em setembro de 2024, bancos e outras instituições financeiras passariam a informar ao Fisco dados básicos referentes a algumas movimentações financeiras, definidas em níveis mais elevados de renda para pessoas físicas e jurídicas. O Ministério da Fazenda previu uma queda no volume de informações enviadas à Receita Federal devido ao alívio concedido aos clientes de menor renda dos bancos tradicionais.
No entanto, o governo federal foi acusado de supostamente aumentar os impostos sobre a classe média, em meio à disseminação de notícias falsas pela extrema-direita sobre uma suposta tributação do Pix.
A Receita Federal negou as acusações e reiterou a importância da regularização fiscal para o combate à lavagem de dinheiro, mas revogou as medidas de fiscalização no dia 15 de janeiro.