Mulher que teve corpo achado em terreno teria sido morta pelo ex por dívida de tráfico

Término do relacionamento também seria um dos motivos para o crime, que teve requintes de crueldade, segundo o delegado

Coletiva detalhou a prisão do homem
Coletiva detalhou a prisão do homem – Foto: Polícia Civil de Pernambuco/Divulgação
O homem que matou a jovem Renata da Silva Soares, de 18 anos, em dezembro do ano passado, disse ter cometido o crime por não aceitar o fim do relacionamento e alegou que a vítima tinha dívidas com traficantes.

As informações das investigações foram detalhadas pelo delegado Roberto Ferreira, da 12ª Delegacia de Polícia de Homicídios, nesta quinta-feira (16).

O crime aconteceu em dezembro, no bairro de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR). O homem foi preso na última terça-feira (14).

O corpo de Renata da Silva Soares foi encontrado em avançado estado de decomposição em uma caçamba de lixo num terreno ao lado de uma igreja no bairro. A jovem ficou desaparecida por cinco dias.

“Investigamos, qualificamos ele como autor e o processo foi encaminhado ao Poder Judiciário. Ele assassinou e enterrou ela. A família ficou indignada, nos procurou. Policiais foram até lá tentar encontrar, mas posteriormente [os crimonosos] desenterraram e ocultaram o cadáver numa caçamba de lixo”, explicou o delegado.

O homem começou a ser investigado pela polícia por envolvimento em três crimes, incluindo a morte dessa ex-namorada, em dezembro.

Renata da Silva Soares foi encontrada morta com sinais de torturaRenata da Silva Soares foi encontrada morta com sinais de tortura | Foto: TV Record/Reprodução

Os outros crimes são o homicídio de uma pessoa que estaria se relacionado com outra ex-namorada dele, em junho, e o assassinato de um homem apontado por criminosos do bairro como responsável por cometer delitos na área.

Em todos os crimes, a polícia identificou tortura e sinais de crueldade. Renata da Silva Soares, por exemplo, teve o cabelo raspado.

No crime de setembro, o suspeito aparece em imagens de um vídeo que circulou à época ao lado de outras seis pessoas. A vítima foi amarrada em um tronco e chicoteada.

“A partir do momento que chicoteiam a vítima, eles começam a jogar água com sal nas feridas a fim de ocasionar um intenso sofrimento, tendo em vista que eles alegam que ela estava cometendo furtos na localidade. Então, diante de posse desse vídeo, iniciamos as investigações e conseguimos identificar e qualificar os sete envolvidos. Um deles foi preso dois dias depois, e um menor foi apreendido cerca de três, quatro dias após. Posteriormente, esse, que é o líder dessa facção, foi preso com duas armas e foi encaminhado ao presídio”, acrescentou o delegado.

O processo pela morte de Renata foi encaminhado ao Poder Judiciário. Segundo o delegado Roberto Ferreira, o homem foi levado à audiência de custódia e posteriormente encaminhado ao sistema prisional.

A polícia acredita que a prisão desse criminoso pode contribuir com as investigações e outros crimes devem ser denunciados. A população pode procurar a Delegacia de Prazeres para realizar novas denúncias.

“Esse tipo de investigação é muito difícil tendo em vista que a comunidade vive sob um estado de violência sistêmica. São massacrados por esses criminosos, que impõem o terror e o pânico afim de estabelecer o domínio através do medo. As pessoas têm muito medo de falar, talvez com ele preso outros crimes podem ser investigados”, finalizou Roberto Ferreira.

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