“Sem mudar o Congresso, teremos 20 anos de tragédia acumulada”, afirma Tarso Genro

Ex-governador Tarso Genro defende formação de uma frente ampla contra o fascismo e oligarquias regionais com foco nas eleições de 2026

(Foto: Marcos Oliveira/Agencia Senado)
Durante entrevista ao programa Boa Noite 247, o ex-governador e ex-ministro Tarso Genro defendeu a formação de uma frente ampla e articulada para enfrentar o avanço da extrema-direita e das oligarquias regionais no Brasil. A estratégia proposta por Genro inclui mobilização de lideranças, movimentos sociais e partidos democráticos com foco nas eleições de 2026.

“Se nós não mudarmos a composição do Congresso Nacional, vamos ter 20 anos de tragédia acumulada aqui no país”, afirmou. Para Genro, a atual configuração parlamentar é marcada pela “extorsão permanente do orçamento público” e pela influência de interesses conservadores e fisiológicos, o que compromete o avanço democrático no Brasil.

O ex-ministro detalhou o projeto “Cartas”, uma iniciativa liderada por um think tank no Rio Grande do Sul, que busca consolidar alianças entre diferentes forças democráticas. Segundo ele, o objetivo é criar uma frente antifascista que respeite as especificidades regionais, mas que tenha como meta estratégica “neutralizar a força da extrema-direita, do fascismo e das oligarquias regionais”.

Genro destacou que a frente não deve se restringir a alianças eleitorais, mas deve funcionar como um espaço de articulação permanente. “Este campo faria uma unidade para a deslegitimação do fascismo e da extrema-direita, costurando alianças de acordo com as relações regionais e nacionais”, explicou.

Ao comentar sobre a influência de figuras como Donald Trump e Elon Musk, Genro afirmou que existe uma articulação global de forças protofascistas que ameaçam a democracia. “Trump, Musk e Zuckerberg estão montando uma internacional protofascista da humanidade”, disse. Ele criticou a falta de regulamentação das redes sociais e destacou que o modelo atual favorece a disseminação de mentiras e manipulações.

Genro também mencionou a necessidade de enfrentar a lógica neoliberal e construir um projeto democrático que seja economicamente viável e politicamente sedutor. Ele apontou que partidos progressistas precisam recuperar a conexão com a classe trabalhadora. “Não é crível que grande parte da classe trabalhadora assalariada com carteira assinada não esteja mais vinculada aos partidos de esquerda. Tem algo novo acontecendo aí.”

Para 2026, o ex-governador enfatizou que a prioridade deve ser a eleição de um Congresso alinhado com valores democráticos. “Chegar ao processo eleitoral sem mudar essa composição parlamentar significa reproduzir as políticas aceitáveis pelo bolsonarismo. Isso não é uma fatalidade, mas depende da maturidade e vontade política das lideranças”, concluiu. Assista:

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