Mais de dez mil pessoas foram intoxicadas por agrotóxicos em PE

O dado é da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) referente ao período entre 2013 e 2023

Por: Mareu Araújo

 

Agência Brasil

Mais de dez mil pessoas foram intoxicadas por diferentes tipos de agrotóxicos em todo o estado no período entre 2013 e 2023, é o que informa a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). Esses produtos incluem produtos de uso agrícola, doméstico, em saúde pública, raticida e por produtos veterinários.

 

Desse total, a SES-PE afirma que 57,3% foram relacionados a tentativas de suicídio e 8,5% a exposição durante trabalho.

 

Considerando a exposição a substâncias químicas tóxicas, que podem causar desequilíbrio no organismo, como, por exemplo, medicamentos, bebidas, drogas de abuso, cosméticos, o período registrou, ao todo, 108.198 notificações de casos suspeitos.

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A Norma Regulamentadora 31 estabelece regras de segurança e saúde no trabalho rural, incluindo a “manipulação de agrotóxicos, aditivos adjuvantes e produtos afins para menores de 18 anos, maiores de 60 e gestantes”. No entanto, o boletim verificou que, desse total, 1,9% tinham entre 10 a 19 anos e 9,4% possuíam 60 anos ou mais e que 101 mulheres grávidas foram expostas aos agrotóxicos.

 

Os dados foram divulgados no boletim da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos (VSPEA). O documento de 25 páginas apresenta um panorama epidemiológico no estado, além de fornecer suporte aos municípios no planejamento de ações e estratégias voltadas para a promoção da saúde e a redução dos riscos associados ao uso de agrotóxicos em Pernambuco.

 

O que diz a Secretaria de Saúde

 

Em nota enviada ao Diario de Pernambuco, a SES afirma que vem trabalhando no monitoramento e ações de vigilância em saúde com o objetivo de prevenir e controlar doenças e agravos causados por intoxicação por agrotóxicos.

 

“Entre as medidas estão: treinamento da Rede de Atenção à Saúde sobre os riscos quanto à exposição aos agrotóxicos; ações de educação e comunicação e saúde e o fortalecimento e qualificação das notificações de intoxicações exógenas por agrotóxicos”, disseram.

 

Disseram, ainda, que estão discutindo com outros órgãos e instituições um plano de fiscalização e comercialização do chumbinho. “Além disso, têm sido discutidas estratégias para o acompanhamento da saúde mental dos trabalhadores aplicadores de agrotóxicos e das populações mais vulneráveis”, completaram.

 

Em relação ao acompanhamento de gestantes, a SES afirmou, também, que está trabalhando no fortalecimento de ações de promoção à saúde, “para que a Rede de Atenção à Saúde esteja ciente quanto aos riscos associados à exposição de mulheres grávidas aos agrotóxicos e possam atuar de maneira efetiva”.

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