Inclusão digital mantém jovens no campo

Novas gerações modernizam as propriedades familiares e asseguram a continuidade das atividades rurais

Por Dianderson Pereira*

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Desenvolver atividades no campo tem se tornado mais ágil com a participação de jovens no setor agropecuário. Ao adotar tecnologias, eles modernizam as propriedades familiares, garantem maior eficiência produtiva e asseguram a continuidade das atividades rurais. Ferramentas como drones, monitoramento remoto, aplicativos de gestão e redes sociais não apenas otimizam a produção e reduzem custos, mas também criam novas oportunidades de renda.

Humberto Miranda, presidente do Sistema Faeb/Senar, destaca o papel central da tecnologia no crescimento do setor agropecuário. “O setor foi o que mais avançou nos últimos 20 anos, transformando o Brasil de comprador a exportador de alimentos para mais de 100 países. Isso só foi possível pelo acesso e uso adequado da tecnologia”, ressalta.

O presidente ressalta ainda que a conectividade não é apenas um diferencial, mas uma necessidade estratégica. “Sem internet de qualidade, é impossível acessar sistemas de monitoramento, realizar vendas online ou até mesmo acompanhar tendências de mercado em tempo real. É uma questão de competitividade para o campo brasileiro”, completa. Segundo Miranda, os jovens são essenciais para essa transformação: “As startups agropecuárias, por exemplo, têm mostrado como a juventude entende a necessidade de evolução e as oportunidades do setor”.

Ana Luíza Rodrigues, de 23 anos, conta que hoje auxilia os seus pais na gestão da propriedade da família, localizada na região de Luís Eduardo Magalhães, com o uso do celular, tanto para divulgar produtos quanto para atender clientes. “A chegada da internet mudou tudo. Passei a utilizar as redes sociais para compartilhar nossas práticas agrícolas e alcançar novos mercados. Além disso, o celular se tornou uma ferramenta indispensável para conversarmos diretamente com os clientes, tirando dúvidas, negociando vendas e fortalecendo as relações comerciais”, afirma

Por outro lado, o engenheiro agrônomo João Marcos Vieira, que começou a trabalhar ainda adolescente ao lado do pai na propriedade da família, hoje atua na área da tecnologia aplicada ao campo. “Eu aprendi cedo a usar algumas ferramentas e agora ensino outras famílias a adotarem soluções como sistemas de irrigação inteligente, monitoramento remoto e o uso de drones para mapear áreas de cultivo e identificar problemas com mais agilidade”.

Educação rural

Os programas promovidos pelo Senar, como os cursos de curta duração em Formação Profissional Rural e liderança jovem, têm sido importantes para levar inovação ao campo. “Nossos cursos incluem desde o uso básico de tecnologias digitais até formação de líderes com visão de mercado e inovação”, explica Miranda. Ele também ressalta a importância do Programa Despertar, que envolve quase 100 mil alunos em 70 municípios baianos: “Promovemos formação técnica e ética, mostrando que o campo é um lugar de oportunidades sustentáveis e de gerar renda”.

Para Miranda, o fortalecimento dessa tendência exige continuidade nas ações de capacitação e acesso à infraestrutura. “Precisamos melhorar a distribuição de energia elétrica, ampliar a conectividade e criar mais centros regionais de ensino no campo. Assim, garantiremos que mais jovens vejam o campo como um lugar de realização pessoal e profissional”.

A inclusão digital também promove a fixação dos jovens no campo. Com a adoção de tecnologias modernas, como tratores conectados e sistemas automatizados de irrigação, o trabalho rural torna-se mais atrativo e rentável. Henrique Almeida, de 22 anos, que atua com a tecnologia em uma propriedade em Barreiras, reforça a mudança de paradigma: “A tecnologia não é apenas um facilitador, é um diferencial competitivo. O uso de drones para monitorar plantações ajudou a reduzir custos e aumentar a qualidade e produtividade”.

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