Mulheres enviam manifesto pedindo afastamento de médico agressor

Seis mulheres relatam agressões físicas, psicológicas, patrimoniais e virtuais

Por: Vitor Rocha, do Correio

Luís Gonzalo

Luís Gonzalo Crédito: Reprodução/ TV Bahia

Seis mulheres enviaram neste final de semana um manifesto à Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS) pedindo a apuração de denúncias de abusos. Os crimes teriam sido praticados pelo médico peruano do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Luís Gonzalo, conforme apuração da TV Bahia. No dia 5 de dezembro, o suspeito foi afastado por três meses por conta das acusações, informou a pasta.

As vítimas se relacionaram com o suspeito nos últimos dez anos, sendo quatro médicas e duas enfermeiras. Elas apontam que sofreram agressões físicas, psicológicas, patrimoniais e virtuais. Os relacionamentos tiveram a duração de um a dois anos. Ao menos três mulheres possuem medida protetiva contra o homem.

No documento, elas pedem que medidas sejam tomadas contra o suspeito para que as agentes de saúde possam trabalhar sem riscos. “Solicitamos o afastamento do profissional, em consonância às medidas protetivas, de forma preventiva, até que se tenha processo em transitado e julgado”, diz um trecho do documento.

Segundo as vítimas, o médico sabia se portar em público e esconder os abusos para quem estava fora do relacionamento. No entanto, quando ficava a sós com as mulheres, “ele se transformava”.

“A gente ia no apartamento dele para pegar alguma coisa, ele me trancava e depois de muito tempo ele abria a porta. Rasgava minhas roupas, puxava meu cabelo e batia no meu rosto”, contou uma das vítimas, cuja identidade foi preservada.

Em nota, a SMS declarou que, até o momento, não foi formalmente comunicada sobre qualquer decisão relacionada às medidas protetivas, mas optou pelo afastamento como medida acauteladora. O peruano atuou no Samu entre 2018 e dezembro do ano passado. “A Secretaria Municipal da Saúde Salvador informa que tão logo teve conhecimento do caso abriu processo administrativo contra a empresa através da qual o médico presta serviço, culminando com a suspensão das atividades do mesmo no SAMU”, disse.

À TV Bahia, a defesa de Luís Gonzalo afirmou que tem conhecimento de apenas uma denúncia, feita por uma ex-companheira do cliente, e reiterou que as reclamações são mentirosas.

O CORREIO entrou em contato com a Polícia Civil para confirmar se há registro das ocorrências contra o suspeito. A corporação respondeu questionando quando as agressões teriam sido feitas. Por conta disso, a reportagem não teve acesso aos registros.

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