Prefeito intransigente força servidores de Petrolina a paralisação de 24h

Da Redação

O Sindicato dos Servidores Estatutários Municipais (Sindsemp) de Petrolina decretou uma paralisação de 24h. A decisão foi tomada durante uma assembléia com representação do Estado, servidores públicos estaduais das Fundações Autarquias e Secretarias. A categoria exigi o cumprimento da lei do piso, carreira e jornada, investimento dos royalties de petróleo na valorização da categoria, votação imediata do Plano Nacional de Educação, destinação de 10% do PIB para a educação e contra a proposta dos governadores e o INPC.

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Wildes Mariléia

A presidente do Sindicato dos Servidores de Petrolina – Sindsemp, Léia Araújo, falou que todos os setores estarão fazendo panfletagem com informações sobre as reivindicações. “Vamos parar porque as negociações andam em passos lentos, o que não é novidade nessa gestão. Fizemos uma reivindicação em novembro do ano passado, tendo em vista a data base, em meados de fevereiro recebemos uma resposta que só supri o salário mínimo, excluindo dentistas e enfermeiros da questão do reajuste ou ajuste de 2014, pela constituição é proibido o congelamento e eles estão fazendo isso”.

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Há mais de dois meses a administração Lossio está empurrando com a barriga as negociações

“Estamos em meados de março e ainda não foi adequado a lei do piso salarial para os trabalhadores em seus salários bases, conforme legislação, como também não é cumprida a carga horária e o plano de cargos e carreiras das categorias. Só iremos tirar o chapéu da mão quando existir de fato um plano de cargos, carreiras e vencimentos e perspectiva desses funcionários na prefeitura municipal de Petrolina”, acrescentou.

Tratamento desumano para os efetivos, vida boa para os apadrinhados

Léia diz ainda que existe uma má vontade política de realizar as tais mudanças. “Na cidade vizinha Juazeiro isso aconteceu com muita tranqüilidade desde o início do ano. Petrolina que se destaca no cenário nacional ainda está assim. Tem categorias, a exemplo de motoristas que as perdas geram em torno de 40%, estamos pedindo que seja adotado 8% que é o índice em cima do salário base das gratificações, vale lembrar que isso está possível e bem real porque o executivo atual reajustou salários de cargos e gastou o dinheiro da prefeitura com cargos comissionados, enquanto isso oferece migalhas para os servidores”, disparou.

Administração entre o céu e o inferno

Sobre a reportagem exibida pelo Fantástico, da Rede Globo, que denunciou o descaso nas escolas do município, Léia disparou. ”Todo mundo agora sabe porque saiu ontem em rede nacional, no Fantástico, mas ainda saiu pouco. Nós desafiamos os petrolinenses a visitarem as escolas e os postos de saúde para saber, de fato, quais são as condições de trabalho que nós enfrentamos diariamente”, desabafou.

Mobilização

A presidente frisou ainda que a mobilização dos profissionais em educação reforça a necessidade de debates que fortaleçam a categoria “os governos e a sociedade precisam estar atentos as nossas discussões, somos formadores de cidadãos, todo e qualquer profissional precisa de formação, e passa por nossas mãos à responsabilidade de torná-los bons profissionais, a formação vai além da questão técnica, é formação de caráter, trabalhamos por amor, mas precisamos despertar o poder público para as deficiências que enfrentamos diariamente.” finalizou.

A reportagem do Ação Popular (AP) fez levantamento e descobriu que o reajuste dado pelo Governo Federal aos professores de todo o país tem como ser pago. Isso porque o dinheiro sai da própria União e é repassados para as prefeituras, mas o que está acontecendo é que a maioria desses prefeitos estão desviando os recursos para honrar compromissos de campanha ou para pagar outros tipos de despesas.

Falta de argumento

Sobre a questão de repasse de recursos do Governo Federal para os municípios do país, o diretor regional da APLB-Sindicato em Juazeiro, professor Antonio Carlos faz a seguinte avaliação:

“Casos haja a falta de condições de pagar, o gestor pode acionar o Ministério da Educação que criará uma comissão de sindicância para fazer levantamento em todas as escolas do município – e caso seja descoberto a quantidade certa de alunos matriculados – o Governo Federal fará o complemento, mas o que se vê são escolas entupidas de contratados, e ainda com o numero de alunos inferior ao que foi apresentado nas planilhas de matriculas. No entanto, esses prefeitos sabem que estão errados, ficam com medo de uma auditoria e serem punidos, e agora muitos estão usando o argumento falso de que não podem pagar alegando que o recurso sai da própria prefeitura. Eles podem enganar parte da população, mas nós da classe sindical sempre estamos acompanhando, cotidianamente, todos os repasses que são feitos pelo Governo Federal”.

Durante a manhã desta sexta-feira (14) a categoria fez manifestação em frente a Prefeitura, seguida de uma panfletagem.

A reportagem tentou contato com a administração municipal e não conseguiu.

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