Delegado investiga caso de agressão no bairro Novo Encontro

Fábio Cândido

Da Redação

Em entrevista ao Jornal AP, o delegado Regional Fábio Cândido falou sobre o andamento do processo com relação à agressão física que o motorista da prefeitura de Juazeiro recebeu na última quinta-feira (24) as 17:30h, no bairro Novo Encontro. Segundo ele, o fato chegou imediatamente ao conhecimento da polícia civil e tão logo foi designado um delegado para ficar a frente das investigações.

“O trabalho da policia civil é determinar se houve crime ou não, em seguida averiguar qual foi à lesão. Diante das investigações detectamos lesão corporal, onde as apurações tendem 1º a determinar se a lesão foi leve, grave ou gravíssima, em seguida saber quais foram os autores do crime, portanto vamos aguardar o delegado nomeado para concluir as investigações”.

Na ocasião, o delegado disse que as pessoas deveriam esquecer as discussões políticas. “A gente torce para que tanta a gestão executiva como legislativa se entendam porque a sociedade necessita do bem e o bem é tudo aquilo que possa vim beneficiar a sociedade, vale ressaltar que em hipótese algumas entramos na discussão política, com tudo dizemos seja quem for se cometer o crime iremos cumprir o nosso dever constitucional”, alerta.

Alberto Gaspar

Preocupado, o assessor da secretaria de obras, Alberto Gaspar contou como se deu o fato. “Me desloquei a pedido do Secretário de Desenvolvimento Urbano Anderson Guimarães para verificar o que estava acontecendo no bairro, quando cheguei me deparei com o vereador José Carlos Medeiros que estava com quatro pessoas. Durante a minha conversa com a comunidade uma das pessoas que estava com o vereador começou a me agredir verbalmente, tipo assim: ‘a porra dessa rua é nossa e minha casa fica aqui’, eu não tinha usado nenhuma palavra de baixo calão e até pedir respeito ao cidadão. Em seguida o motorista Marcelo Roberto que estava comigo se antecipou e tomou a frente o sujeito que vinha em minha direção para tentar algo mais contra a minha pessoa física, no momento o sujeito escorregou e caiu, no mesmo momento ele levantou e revidou dando uma paulada na cabeça do motorista com o cabo de uma enxada, caindo e levando chutes e pedradas, queriam esmagar a cabeça de Marcelo e nos impedimos. Pareciam uma coisa tramada por bandidos sanguinários”.

De acordo com Alberto, houve uma tentativa de homicídio por parte das pessoas que estavam acompanhadas do vereador. “Com certeza as pessoas já estavam preparadas para serem agressivas com a nossa chegada, nós estávamos no local na qualidade de agentes públicos para prestar esclarecimentos sobre o problema e todos sabem que a idéia básica do projeto é fazer a rede de esgoto para todos, além disso, sabemos que a construção do Centro de Educação Infantil no bairro tem incomodados algumas pessoas politicamente a exemplo do vereador que desde o inicio vem causando problemas, como o que aconteceu há dois anos na solenidade de assinatura da ordem de serviço para a construção da creche, quando levou carro de som, pessoas portando bandeiras e faixas afrontando o prefeito e toda a sua equipe. Pelo visto, o objetivo era impedir a execução de uma obra que irá beneficiar dezenas de pessoas”, esclarece.

José Carlos Medeiros, em 2010, tumultuando a assinatura da ordem de serviço

O Assessor da Secretária de Obras diz ainda que depois que o problema se agravou, o vereador José Carlos Medeiros (PV), tentou apartar a briga, afastou o motorista e pediu ao Sr. Bento Salviano que levasse Marcelo Roberto a um hospital. “Marcelo foi conduzido à Pró-Matre, onde foi atendido e, depois seguiu à delegacia para prestar queixa pela agressão. O rapaz que iniciou a briga já estava preparado para reagir de forma equivocada, no momento se alguém estivesse armado à tragédia teria sido maior, eles estavam com pedras, capacetes e enxadas e nós só tínhamos a nossa razão em fazer o nosso trabalho. É preciso que aja compreensão do poder público e da comunidade para resolver esses problemas. Essa atitude é de sujeito ignorante e débil mental”.

Gaspar conclui afirmando que por pouco o motorista não foi assassinado. “Assim que Marcelo caiu com a pancada, um outro sujeito pegou uma pedra grande e quase arremessa na cabeça. O fato só não aconteceu devido a intervenção dos próprios moradores. Ainda como se não bastasse, um motorista de uma determinada van que faz linha para Curaçá estava fazendo parte da ação, pois esse mesmo moço bateu com tanta força com um capacete de moto nas costas de Marcelo que atingiu alguns órgãos, sendo que ainda esta semana estava urinando sangue e com costelas quebradas”.

A reportagem tentou ouvir o motorista, pois o mesmo não tinha condições psicológicas e ainda temia pela própria vida.

As obras da creche nem foram concluídas e já picharam a parede

O clima político em Juazeiro esquenta a cada dia. Os ânimos de todos os lados estão se arrefecendo e o delegado faz um alerta a todos. “A orientação é a mais simples: as pessoas devem evitar qualquer tipo de atrito ou ação que vá desembocar em uma ação de criminalidade porque se assim ocorrer, estamos aqui para agir e com certeza as pessoas devem respeitar a legislação e se o cidadão não se adaptar a situação de democracia, infelizmente a ele tem que ser aplicado o rigor da lei penal”.

OUTRA VERSÃO: Diante do fato, o vereador José Carlos Medeiros enviou nota de esclarecimento à imprensa. Ele diz que os fatos contados pelos representantes da Prefeitura não correspondem à verdade. “O motorista do engenheiro foi que agrediu com um murro um morador da citada rua; os moradores reagiram em legitima defesa; tentei apartar a briga entre as duas partes e ao afastar o motorista; no momento em que ia saindo, o motorista ainda ameaçou os moradores, dizendo que voltaria para acertar as contas com os mesmos”, conclui.

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