Mostra em NY reúne ‘arte degenerada’ banida pelos nazistas
Alessandra Corrêa
Uma exposição inaugurada na última sexta-feira na Neue Galerie, em Nova York, apresenta obras-primas do modernismo classificadas como “arte degenerada” pelo regime nazista e banidas da Alemanha dos anos 1930. Entre os destaques da mostra está esta tela de Ernst Ludwig Kirchner, de 1925. (Crédito: Museum Ludwig, Cologne © Rheinisches Bildarchiv Cologne)
O termo “arte degenerada” ficou bastante conhecido a partir de uma mostra com o mesmo nome realizada em Munique em 1937, em que telas de grandes artistas foram penduradas de maneira torta e acompanhadas por slogans pejorativos, com o objetivo de ridicularizar o modernismo. Acima, “Eternos Caminhantes”, de 1919, do brasileiro (nascido na Lituânia) Lasar Segall. (Crédito: Lasar Segall Museum, IBRAM/Ministry of Culture, Photo: Jorge Bastos)
Agora, muitas das obras voltam a ser reunidas na exposição “Degenerate Art: The Attack on Modern Art in Nazi Germany, 1937” (“Arte Degenerada: O Ataque contra a Arte Moderna na Alemanha Nazista, 1937”, em tradução livre), em Nova York, a primeira em um grande museu dos EUA em mais de 20 anos a abordar o tema em profundidade. Essa escultura de Ernst Barlach é de 1910.
Várias das obras rotuladas como “degeneradas” pelos nazistas tinham sido confiscadas de museus e coleções particulares. A mostra na Neue Galerie reúne mais de 50 pinturas, esculturas, fotografias e objetos da época. Acima, cartaz com auto-retrato de Oskar Kokoschka para a revista ‘Der Sturm’, em 1910.
Além de apresentar obras-primas do modernismo classificadas como “degeneradas”, o museu também explora o contraste entre essas peças e a arte oficial apoiada pelo Terceiro Reich. O tríptico “A Partida”, de Max Beckmann, foi iniciado em 1932, quando os nazistas demitiram o artista do cargo de professor da Academia de Arte de Frankfurt.
A obra de Max Beckmann, considerada “degenerada”, contrasta com este tríptico de Adolf Ziegler, de 1937, em que mulheres belas e louras representam os quatro elementos (fogo, terra, água e ar). Louvada pelo regime, esta tela fazia parte da coleção particular de Adolf Hitler.
A mostra em Nova York é realizada em um momento em que a relação do regime nazista com a “arte degenerada” volta a despertar interesse, após a descoberta, no ano passado, de um acervo bilionário de cerca de 1,5 mil obras confiscadas pelos nazistas e com o filme “Caçadores de Obras-Primas”, de George Clooney. Esta obra de Paul Klee é de 1921.
Esta foto mostra Adolf Hitler, acompanhado de oficiais nazistas, visitando a exposição de “arte degenerada” em Munique, em 16 de julho de 1937. As obras modernistas foram exibidas – e ridicularizadas – pelos nazistas em várias partes da Alemanha e da Áustria. Depois, a maioria foi vendida, perdida ou supostamente destruída. A mostra em Nova York fica em cartaz até 30 de junho.
Na Alemanha nazista dos anos 1930, a arte moderna era rotulada como “arte degenerada” e banida pelo Terceiro Reich.
Várias dessas obras – consideradas decadentes e “não-germânicas”, por não se enquadrarem na estética aprovada pelo regime – foram confiscadas pelos nazistas de museus e coleções particulares e exibidas em uma exposição em Munique, em 1937.
Nessa mostra de “arte degenerada” em Munique, obras de artistas como Vasily Kandinsky, Paul Klee, Max Beckmann, Oskar Kokoschka e o brasileiro (nascido na Lituânia) Lasar Segall, entre vários outros, foram penduradas intencionalmente de maneira torta e acompanhadas por slogans pejorativos com o objetivo de ridicularizar o modernismo.
Muitos desses nomes voltam agora a ser reunidos na exposição “Degenerate Art: The Attack on Modern Art in Nazi Germany, 1937” (“Arte Degenerada: O Ataque contra a Arte Moderna na Alemanha Nazista, 1937”, em tradução livre), que foi inaugurada na última sexta-feira, 13, na Neue Galerie, em Nova York.
Primeira grande exposição nos Estados Unidos em mais de 20 anos a abordar o tema em profundidade, a mostra na Neue Galerie reúne mais de 50 pinturas, esculturas, fotografias e objetos da época.
Além de apresentar obras-primas do modernismo classificadas como “degeneradas” pela Alemanha nazista, o museu também explora o contraste entre esses trabalhos e a arte oficial apoiada pelo Terceiro Reich.
Após a exposição de 1937 – que percorreu diversas partes da Alemanha e da Áustria –, a maioria das obras “degeneradas” foi vendida, perdida ou supostamente destruída.
A mostra em Nova York é realizada em um momento em que a relação do regime nazista com a “arte degenerada” volta a despertar interesse, especialmente após a descoberta, no fim do ano passado, de um acervo bilionário de cerca de 1,5 mil obras confiscadas pelo regime nazista e com o filme “Caçadores de Obras-Primas”, dirigido e estrelado por George Clooney.
A exposição fica em cartaz até 30 de junho.
Fonte: BBC Brasil