Durante solenidade, promotor lamenta quadro social

Rui Gomes Sanches

Da Redação

Durante a cerimônia de diplomação do prefeito Olímpio Cardoso (PDT), o Promotor Rui Gomes Sanches, fez um levantamento do quadro social existente no país. Para alguns formadores de opinião que se encontravam presente, o diagnóstico ora apresentado pelo Promotor parecia se enquadrar mais a situação de abandono e descaso praticado pelo atual prefeito Jorge Lobo (PRTB) que conclui oito anos a frente da prefeitura deixando funcionários com salários atrasados, proprietários de residencias alugadas – que foram transformadas em escolas – devendo quatro meses, hospital em estado de decadência, ruas sujas exalando mal cheiro, estradas vicinais acabadas, educação de mal a pior com o ano letivo concluído fora da data, transporte escolar em dividas, dentre outras coisas.

Para o promotor, a seriedade do processo eleitoral, que decide a sorte de toda uma comunidade, não pode ser traduzida em palavras de alegria, de festividade, de arroubos e congraçamentos nitidamente afastados da triste realidade vivenciada pela maioria das pessoas.

“Em um cenário de deficiência escancarada da prestação de serviços públicos de saúde, de sucateamento da educação pública e desprestígio sintomático à nobre casta dos professores, de canalização de recursos públicos para fins escusos, na ausência de planejamento eficiente na concepção e execução de políticas públicas, do abandono irresponsável à causa prioritária da infância e juventude, de propagação irrefreada do discurso da intolerância, do desapego lamentável a valores essenciais à convivência humana, da estiagem que paralisa a economia municipal e do aumento incontido da violência, inclusive e mais especificamente por essas pacíficas bandas do sertão baiano”.

O Promotor, Rui Gomes, foi mais além e questionou de como esboçar um sorriso no rosto, se no interior do município as famílias inteiras derramam lágrimas de dor pela situação de penúria que atravessa. “Qual o propósito de se colorir os céus com pomposos fogos de artifícios se, no plano da superfície, há não mais do que um fosso de miséria e de desigualdade social alarmante? Perdoe-me os adeptos dessa prática, mas cada rojão disparado durante os atos de campanha cravava-se mais um forte golpe contra uma sociedade doente que não tem sido auscultada com a devida atenção. O momento é de pura reflexão, temos hoje uma chance ímpar de repensamos e quem sabe, abolirmos num futuro próximo, a cultura da pessoalização do poder público e do oportunismo ainda tão vicejante por esses lindes”.

Diante das palavras mencionadas acima, Rui frisou que essa é uma responsabilidade que não pode ser carregada apenas aos candidatos e a quem se dedica ás atividades políticas. “Cada membro integrante da sociedade tem a incumbência de levantar a bandeira ética e da profissionalização da gestão pública, fomentando um processo de transformação que, lamentavelmente, não se perfez nos últimos meses. Quantos foram os que efetivamente investiram o seu valioso voto com a expectativa de modificar esse quadro de claudicante nebulosidade, abdicando de anseios próprios em beneficio do desenvolvimento socioeconômico do município de Uauá? Quem realmente buscou conhecer, a fundo, os planos de todos os candidatos aos cargos de prefeito e vereador para só então decidir pelo projeto que lhe pareceu mais favorável ao futuro da cidade? São indagações desconcertantes cujas respostas não me parecem muito dificies”.

Para o promotor, enquanto cada um de nós não estiver plenamente consciente da importância de se alavancar um debate político pautado em questões técnicas de relevo ao crescimento da sociedade, enfraqueceremos uma gestão eficiente de coisa publica e deixaremos a eiva da corrupção dominar a agenda administrativa. “Esse fenômeno da corrupção que destrói projetos sociais inteiros em prol do enriquecimento ilícito de alguns poucos, começa nos pequenos comportamentos do cotidiano. Os governantes não são mais do que reflexos de nossas próprias condutas, são frutos dessa sociedade que não valoriza a honestidade e o respeito nos mais singelos gestor. Por isso, cobremos de todos que hoje são diplomados o compromisso de bem conservar a coisa pública”, alentou.

Na ocasião, Rui lembrou a importância dos diplomas entregues. “Quem ocupa um posto eletivo e se responsabiliza a gerir a coisa pública não ganha dádiva e nem se põe num patamar diferenciando frente aos demais cidadãos. Tem, em verdade, o dever inafastável de solucionar a árdua equação que envolve a escassez de recursos e a gama cada mais extensa de necessidades das pessoas, sem jamais perder de vista a sua condição de mero representante do povo, ao qual deve devotar as preces da honestidade, da lisura, da retidão na gestão administrativa e, em especial, da preservação e implementação dos interesses constitucionalmente protegidos”.

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