Petistas reagem com ironias às críticas de Eduardo ao governo Dilma
Líderes petistas ouvidos pelo JC, nesta quarta-feira (3), foram quase unânimes em afirmar que o PSB do governador Eduardo Campos não pode esquecer que também é alvo das manifestações que tomam conta do País e por isso não deve se esquivar da responsabilidade enquanto partido da base governista.
Eles reagiram ao documento divulgado pelos socialistas na terça-feira (2), no qual o PSB elenca uma série de prioridades para atender a “voz das ruas”, critica o governo federal, a base aliada da presidente Dilma, além de ressaltar que as manifestações populares estão em sintonia com o que o partido já vinha alertando.
O deputado federal Fernando Ferro acredita que ao lançar o documento os socialistas também fizeram uma autocrítica. “Até porque as manifestações chegaram nas portas do governo do Estado e da Prefeitura do Recife. Além do mais, eles fazem parte do governo federal, ocupando ministérios e secretarias. O governo (Dilma) não é só do PT, é um arco de alianças políticas que inclui, inclusive, o PSB”, disparou.
Para Ferro, os protestos trazem um caráter pedagógico e “é num momento de crise que se conhecem os verdadeiros aliados”. “Amigo não é só em tempos bons, mas em momentos ruins também”, provoca.
Na avaliação do deputado Pedro Eugênio, presidente do PT no Estado, as manifestações atingem toda a classe política e os problemas devem ser compartilhados por todos. Para ele, “não é hora de se entrar na discussão de quem é o pai dessa ou daquela questão.”
“Temos que juntar esforços para darmos uma resposta à altura do que a sociedade exige. Se o PSB deseja chamar para si o benefício de ser um partido de referência na discussão de vários problemas que atingem a população, é bom não esquecer que o PT sempre liderou propostas para a reestruturação no transporte público de passageiros, nos diversos fóruns de reforma urbana que realizamos no País”, destacou Eugênio, um petista que inclusive iniciou sua carreira política no PSB.
Sobre informações de bastidores que dão conta de que Eduardo é contrário ao financiamento público de campanha, bandeira defendida pelo PT na reforma política, Eugênio cobra coerência. “Vi num programa do partido, aqui em Brasília, que eles são a favor, inclusive criticam o atual modelo de financiamento. Se mudaram de postura, seria muito bom a gente saber o motivo”.
Já o deputado federal João Paulo fez questão de salientar que quando era presidente da Frente Nacional dos Prefeitos já vinha discutindo a questão do transporte público de massas, antes mesmo de o governador colocar o tema em pauta. “O PT sempre foi sensível a esta e outras causas. Temos que reconhecer que o governo federal avançou muito nessa questão, investindo em rodovias, portos e aeroportos”. (JC Online)