Bancada pernambucana com perfil variado na Câmara dos Deputados
Parlamentares pernambucanos atuam nas mais diversas frentes e têm se mostrado contrários ao governo federal
Lideranças pernambucanas no cenário nacional destacam-se no Congresso
Se depender da bancada pernambucana de deputados federais, a presidente Dilma Rousseff (PT) enfrentará uma forte oposição. São dois líderes de partidos oposicionistas – Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araújo (PSDB) -, além de Fernando Bezerra Filho (PSB), cuja legenda se apresenta como independente, mas que tem votado contra o governo. Augusto Coutinho (SD) e Kaio Maniçoba (PHS) atuam na CPI da Petrobrás. Há, ainda, Tadeu Alencar (PSB), vice-presidente da Comissão da Reforma Política, e Anderson Ferreira (PR), que levanta a bandeira do polêmico Estatuto da Família. No Senado, a presidente respira mais tranquila, com os aliados Humberto Costa (PT), líder do governo, e Douglas Cintra (PTB), e Fernando Bezerra Coelho (PSB), que flerta com o PT.
Basta olhar para as últimas votações de assuntos de interesses do governo para observar que os parlamentares pernambucanos estão mais alinhados à oposição. Um exemplo foi a votação da Medida Provisória 665, o primeiro item do pacote de ajuste fiscal do governo, onde 15 parlamentares votaram contra a proposta governista e nove foram a favor.
Além da atuação nas votações, os parlamentares também têm procurado se destacar nas críticas ao governo federal, adotando uma postura mais agressiva. Bruno Araújo, por exemplo, levou uma panela para o plenário da Câmara após protestos contra o governo federal. Mendonça Filho também chamou atenção quando levou um boneco do personagem Pinóquio para um pronunciamento na Casa.
Para o cientista político Thales Castro, a posição da bancada pernambucana, especialmente os parlamentares das legendas declaradas de oposição, têm atuado de “maneira bastante altiva”. “O papel dessa nova oposição é estabelecer novas estratégias, porém de maneira coerente e extremamente alinhada”, avaliou. Na opinião de Castro, esse ataque ao governo federal deverá perdurar por alguns meses. “É um período de fragilidade e decadência da popularidade da presidente Dilma”, acrescentou.
O PSB, que apresenta-se como independente, está mantendo um equilíbrio, segundo o cientista político. “Não vejo como uma perda de protagonismo. O PSB tem uma bancada expressiva e está se reacomodando diante de conjunturas. Pernambuco tem interesse em repasse de recursos para obras, como o Arco Metropolitano, e por isso adotou a postura mais sutil, dando seus recados ao Planalto”, explicou.
SENADO
Diferente da Câmara, dos três senadores pernambucanos, dois são governistas. Humberto Costa (PT) é líder do governo e Douglas Cintra (PTB), suplente do ministro Armando Monteiro Neto (PT), também apoia a presidente Dilma. O terceiro senador, Fernando Bezerra (PSB), já deu demonstrações que está buscando a aproximação com o governo federal. Bezerra foi ministro de Dilma no primeiro mandato da presidente, na pasta da integração nacional.
“Dilma tem o Senado mais próximo do Planalto, principalmente com um disciplinador à frente, que é o presidente Renan Calheiros”, avaliou Thales Castro.
Fonte: JC