Greve da educação na Bahia completa 75 dias
Grazzielli Brito – Ação Popular
A greve na rede pública de ensino da Bahia completou 75 dias e ainda parece distante a possibilidade de acordo com o Estado. Os professores não aceitam a proposta do governo e não retornam às salas de aula. Em contrapartida o governo está contratando novos professores para dar aulas ao terceiro ano do ensino médio e não paga os salários dos professores desde abril.
Em Juazeiro quatro escolas não paralisaram suas atividades nesse período, três funcionam de maneira precária e o Colégio da Polícia Militar (CPM) que não aderiu à greve. “Para o CPM, infelizmente, existe uma cultura de regime militar, de imposição o que não deveria acontecer porque são os mesmos recursos da educação e os professores trabalham sob o mesmo regime de carreira”, lamentou Antônio Carlos, diretor da APLB – Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia.
Para Antônio Carlos a realização de um calendário de reposição de aulas antes de acabar a greve é irresponsável. “Como ele pode cobrar do professor reposição de aula se ele cortou o salário dos servidores nesse período? Outra atitude irresponsável é colocar professores recém contratado para dar aula ao terceiro ano na capital. O governo não tem preocupação com a qualidade de ensino”, disse.
As propagandas do governo do Estado mostrando reajustes e altos salários, para Antônio Carlos é falácia do governo pra jogar a opinião publica contra os trabalhadores de educação da Bahia. “O que o governo propõe é 7% de aumento em novembro e mais 7% em abril de 2013 para funcionários de nível 2 acima. Isso é absurdo deixa de fora muita gente: aposentados, pensionistas, pessoal à disposição e em regime probatório”, explica.
Para divulgar o piso salarial de R$1.600,00 o governador juntou as gratificações e reduziu o salário. O piso salarial nacional da classe é de R$ 1.451,00 se ele mantivesse esse piso e permanecesse com as gratificações os salários seriam melhores.
A Bahia tem hoje um dos piores índices de desenvolvimento educacional do país. “Isso não é culpa do professor é do governo do estado que tem uma proposta política pedagógica ultrapassada. Falta livro, merenda e professor para o aluno baiano. A greve não é apenas por melhores salários é também para melhoria da educação baiana”, afirma o diretor da APLB.