Homossexualidade de Lampião é abordada na mídia
Da Redação
Durante o programa Super Manhã da Rádio Jornal do Comércio em Recife, apresentado por Geraldo Freire, o ex-juiz, advogado e escritor Pedro de Moraes, concedeu entrevista por telefone de Salvador sobre o lançamento de seu livro, ‘Mata sete’ que conta a história da vida de Virgulino Ferreira, o Lampião, pois o mesmo vem causando polêmica, inclusive com os familiares que decidiram entrar com ação na justiça para tentar impedir o seu lançamento.
O problema está voltado para fatos que revelam a vida sexual do ‘Rei do Cangaço’. “Todas as narrativas foram feitas através de pesquisas. Com relação à proibição, já tomei as providencias necessárias para que o livro chegue ao público”, informou o escritor durante entrevista.
Ele insinuou o grau de paternidade sobre a filha Expedita Ferreira: “ Ela não tinha função propriatória, porque havia uma suposição de que Dona Téia – que nunca foi conhecida como Maria Bonita no cangaço, havendo apenas um nome romântico dado pela literatura – não existe nenhuma prova da filiação, até hoje, de que Dona Expedita seja filha de Lampião”, relatou. Ele ressaltou ainda que em um dos livros publicados pelo professor universitário Luiz Mott, aborda a feminilidade do gangaceiro e de Zumbi. “O livro dele sustenta a mesma tese sobre o comportamento homossexualismo, isso consta em outro livros. A homossexualidade não se dar apenas na compulsão com pessoas do mesmo sexo, mas aqueles que realizam posturas de adereços da cultura sexual. Eu fui juiz na terra do cangaço, onde Lampião viveu por 11 anos, e eu ouvi vários fatos. Depois fui juntando essa leitura – a tradução oral – decidi resumir tudo neste livro”, informou.
Outro fato destacado pelo escritor, foi com relação crueldade e a covardia com que Lampião tratava as pessoas indefesas. “Eu só ouvia falar da improvisação de um sanguinário, cruel e calhorda. Ele não era nada mais do que um bandido. Está mais do que provado que ele era um covarde, nunca enfrentou ninguém , vivia tirando do pobre para dar ao rico. No município de Antas, na Bahia, existe uma prova insuperável que é o registro imobiliário onde ele forçou um menor vender uma terra a preço que o Coronel João Sá queria para depois expulsá-lo”, metralha.
Ele relatou ainda que até o ano de 1964 todos os livros descreveram esse comportamento estranho. “Todas as obras literárias até aquela época emparelharam ao que eu escrevi”.
Sobre a convivência de Lampião com o Padre Cícero, o ex-juiz desconhece a existência. “Ele não tinha nenhuma amizade. O Padre chegou a expulsa-lo da cidade. Ele esteve em Juazeiro do Norte para tentar combater a Coluna Prestes, como não era homem dotado de formação não tinha a mínima condição. Naquela mesma época a Coluna estava de pelas terras de Paulo Afonso”.
‘Mata sete’, este é o título do livro, Pedro de Moraes assim justificou: “Ele matou sete pessoas no Engenho Caboré sem nenhuma razão, jogava confete, falava mansinho, não era de nada, corria da parada até como sonzinho. Está provado que ele era um cabra covarde e que nunca enfrentou ninguém”, concluiu.