Esquema pode ter “comprado” futebol sul-americano; entenda
Ex-presidente da Conmebol, Nicolás Leoz, é acusado de ser um dos principais beneficiários do esquema
A cobertura jornalística internacional sobre o escândalo de corrupção na Fifa concentrou-se nas denúncias de suborno envolvendo altos executivos da entidade e personagens mais publicamente polêmicos, como Jack Warner, de Trinidad e Tobago, e o americano Chuck Blazer.
No entanto, a maioria das prisões de dirigentes efetuadas durante o congresso da Fifa, em Zurique (Suíça), a pedido da Polícia Federal americana (FBI), esteve ligada aos meandros da batalha pelo controle comercial dos jogos de seleções no continente americano, em especial o mais importante torneio da região, a Copa América .
Enquanto Warner, por exemplo, é acusado de receber uma propina de US$ 10 milhões para votar na candidatura da África do Sul à Copa do Mundo de 2010, um outro vice-presidente da Fifa, o paraguaio Eugenio Figueredo, é alvo de denúncias que envolvem dez vezes esse valor.
Suborno
Figueredo é um de pelo menos 11 dirigentes da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) que, segundo suspeitas, teriam recebido vultosos pagamentos para garantir à empresa de marketing esportivo Traffic Sports os direitos comerciais sobre quatro edições da Copa América, incluindo a que teve início na quinta-feira, no Chile. Um grupo que inclui o ex-presidente da CBF, José Maria Marin.
A Copa América (na qual o Brasil estreia neste domingo contra o Peru) é um dos mais assistidos torneios de futebol do mundo e, em 2011, estima-se que audiência cumulativa do torneio tenha sido de cinco bilhões de pessoas.