Sumiço de R$ 1 milhão afasta seis PMs do Bope

Três oficiais e três praças estão sendo investigados pela Corregedoria porque o dinheiro apreendido em ação no Morro da Covanca não foi apresentado na DP

VANIA CUNHA

A devassa feita pela Corregedoria Interna da Polícia Militar no Batalhão de Operações Especiais (Bope), semana passada, resultou na exoneração de três oficiais e três praças da unidade, por determinação do comando-geral da PM. Eles são investigados em um Inquérito Policial Militar (IPM) sob suspeita de desvio de R$ 1 milhão apreendidos em operação no Morro da Covanca, em Jacarepaguá, mês passado. Entre os afastados da tropa de elite está o subcomandante, o major Marcelo de Castro Corbage.

A investigação começou após denúncia repassada à Corregedoria de que o dinheiro apreendido pelos militares na operação não foi apresentado na delegacia. Na ocasião, a equipe do bope fez o registro de armas e drogas apreendidas durante a operação na Covanca na 29ª DP (Madureira). Ainda de acordo com a denúncia, os policiais — uns de serviço e outros não — teriam dividido o montante. No entanto, durante a busca feita nos endereços dos militares e no batalhão, somente foram encontrados mais de R$ 69 mil.

Na operação da Covanca, em junho, policiais do Bope apreenderam armas e drogas. Dinheiro sumiu

A informação sobre a transferência dos policiais foi publicada no Boletim Interno da corporação de sexta-feira. Todos os militares foram transferidos para a Diretoria Geral de Pessoal (DGP), a ‘geladeira’ da PM. Lá, eles devem ficar lotados, sem nenhuma função, até o fim das investigações.

Além de Corbage, são investigados: o capitão Renato Roberto L. Soares Júnior; o major João Rodrigo Cezar Teixeira Sampaio; o cabo Álvaro Luiz do C. Ferreira; e os soldados Fábio Vidal Pedro e Flávio da Silva Alves. Este último está preso no antigo Batalhão Especial Prisional (BEP) por porte ilegal de arma.

Na quinta-feira, a ação da Corregedoria encontrou na casa do soldado Flávio uma pistola 9 milímetros, carregador e R$ 28,8 mil. O major João Rodrigo, chefe do Serviço Reservado (P2) do Bope, também foi preso com uma pistola calibre 7.65, dois carregadores, munições e R$ 40,4 mil. No entanto, ele pagou fiança na 16ª DP(Barra da Tijuca) e foi liberado.

Origem do montante é investigada

O inquérito da PM que apura a origem do dinheiro corre sob segredo de Justiça. Os dois policiais presos na semana passada também vão responder na Justiça Comum pelos crimes de porte ilegal de arma. Todos os policiais investigados vão ser chamados a depor.

“Estamos realizando diversas ações proativas. Não há tolerância com o desvio de conduta com quem for e de qualquer unidade que seja. A corregedoria está atenta. Tudo será esclarecido no tempo certo”, afirmou o corregedor da PM, coronel Victor Yunes.

O subcomandante Corbage era um dos mais antigos majores da unidade em atuação e chegou a trabalhar no Ministério Público. No Bope, o oficial coordenou os treinamentos do Curso de Operações Especiais, o mais alto grau de instrução da unidade e formador de ‘caveiras’, antes de ser o segundo homem no comando da tropa de elite.

Durante a operação da corregedoria, na semana passada, chegaram a ser expedidos dois mandados de busca e apreensão para endereços do major, mas ele não morava mais nos locais.

Fonte: O Dia

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