Procuradoria quer investigar deputado federal da Bahia
Mellyna Reis
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que abra um inquérito para investigar se o deputado federal João Carlos Bacelar Filho (PR-BA) cometeu falsidade ideológica e peculato na suposta contratação de sua empregada doméstica como funcionária do gabinete da Câmara.
O pedido chegou ao Supremo na semana passada e foi distribuído para o ministro Teori Zavascki, que ainda não se pronunciou sobre o assunto. Roberto Gurgel se baseou em denúncias publicadas pela Revista Veja, em outubro de 2011, para fazer o pedido.
“Segundo noticiado pela imprensa, o deputado federal João Bacelar Filho nomeou como secretárias parlamentares sua empregada doméstica, Maria do Carmo Nascimento, e Norma Suely Ventura da Silva, que trabalhava em uma construtora de sua propriedade”, afirmou.
No entanto, Gurgel assegurou que os fatos foram previamente apurados em investigação interna da PGR antes de solicitar a investigação formal no Supremo. No ano passado, o Conselho de Ética da Câmara arquivou uma representação que pedia a abertura de processo por quebra de decoro parlamentar levando em conta as mesmas denúncias feitas contra o parlamentar.
AFASTADO – Em feveveiro, João Bacelar tirou uma licença de 120 das atividades parlamentares. Na época, chegou a ser acusado pelo deputado Sandro Mabel (PMDB-GO) de estar envolvido ema uma manobra para favorecer a eleição do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) como líder do partido na Câmara Federal.
Uma reportagem da Folha de S. Paulo sugeriu que deputados federais de outros partidos se afastaram dos cargos para possibilitar a posse ilegal de suplentes do PMDB, os quais votariam em Cunha. Quem substitiu Bacelar até junho deste ano foi Marcelo Guimarães Filho (PMDB-BA), ex-presidente do Bahia. Enquanto ocupou a cadeira, MGF, como é conhecido, faltou a 28 das 45 votações da Câmara, sem apresentar justificativas. (NE10)