Stalin muda o comando do Exército Vermelho
Em 23 de outubro de 1941, exatos quatro meses após a invasão da União Soviética pelos exércitos alemães, o líder soviético Joseph Stalin nomeia o general Georgi K. Zhukov como comandante geral do Exército Vermelho na tentativa de deter os avanços da Wehrmacht ao coração da Rússia.
Wikicommons
A carreira militar de Zhukov começou durante a Primeira Guerra Mundial quando serviu no Exército Imperial russo. Alistou-se no Exército Vermelho em 1918 dedicando-se ao estudo da ciência militar tanto da União Soviética quanto da Alemanha. Quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial, Zhukov era o comandante das forces soviéticas estacionadas na fronteira com a Manchúria, tendo chefiado uma contra-ofensiva que rechaçou o ataque japonês em 1939.
Por ocasião da invasão da União Soviética pelas tropas alemãs, Zhukov havia sido promovido a chefe do Estado-Maior do Exército Vermelho, durante a “Guerra de inverno” contra a Finlândia, no front ocidental. Foi nessas condições que preparou suas tropas a fim de repelir os invasores alemães, primeiramente de Moscou e em seguida de todo o front central da Rússia. Seria finalmente promovido a comandante-em-chefe do Exército Vermelho e figura central no planejamento e execução de virtualmente todas as grandes operações bélicas até o final da guerra. Por fim, representaria a União Soviética na capitulação formal da Alemanha assumindo o posto de comandante da ocupação soviética na Alemanha.
Stalin arrependeu-se de atribuir tanto poder e responsabilidade a um único homem somente após o término da guerra quando a imensa popularidade do general passou a igualar-se a seu próprio prestígio. Stalin “premiou” o general com posições menos centrais que desperdiçavam seu talento ao mesmo tempo em que o afastava dos holofotes. Zhukov foi finalmente guindado a ministro da Defesa, após a morte de Stalin em 1953, no novo governo do premiê Nikita Kruchev. Contudo, à medida que a hierarquia militar tentava afastar-se do círculo de ferro da política interna do Partido Comunista, Zhukov, quem defendia a autonomia para as forças armadas, começou a bater cabeça com Kruchev, quem queria manter o Exército Vermelho sob o controle coletivo do Comitê Central.
Ironicamente, quando o Presidium, a conservadora instituição legislativa controlada pelos chamados “stalinistas” se opôs ferreamente a determinadas reformas democráticas propostas por Kruchev, tentando, igualmente, derrubá-lo do poder, foi Zhukov que organizou uma revoada de membros do Comitê Central a Mosocou para fazer a balança do poder inclinar-se a favor de Kruchev e garantir-lhe uma posição politicamente segura. Como recompensa, Zhukov passou a ser membro-pleno do Presidium, o primeiro soldado profissional a ser guindado a tal posto na União Soviética.
Porém, uma renovada tentativa de Zhukov de livrar o exército do controle do partido resultou na sua demissão por Kruchev, que o acusou de “bonapartismo”. Zhukov seria novamente afastado da cena pública, até a queda de Kruchev do poder em 1964. Zhukov finalmente ganharia a Ordem de Lenin, a mais alta condecoração soviética, em 1966, tendo publicado sua autobiografia em 1969. Morreu em 1974 aos 78 anos.
Fonte: Ópera Mundi