Cobranças, gritos no vestiário do Fluminense

Eduardo Baptista: fim de ano de resultados e clima ruins no Fluminense
Eduardo Baptista: fim de ano de resultados e clima ruins no Fluminense 
Rafael Oliveira

Num clube sem chances tanto de título quanto de Libertadores e, ainda, com risco remoto de rebaixamento, o fim de ano costuma ser em clima de fim de festa. No Fluminense, entretanto, a monotonia começa a dar lugar à crise. Entre insatisfações e cobranças, o elenco tenta, agora, não somente buscar motivação para disputar as três últimas rodadas como abafar o mal-estar já nítido entre jogadores.

— Eu lembro que, no primeiro turno, se ganhássemos do Vasco ficaríamos em primeiro. Aí chega no segundo turno e somos os piores? Tem que ter cobrança — comentou Wellington Silva, referindo-se ao fato de o Tricolor ser o lanterna do returno, com apenas dez pontos.

 

O jogo em Porto Alegre foi sintomático de como o ambiente já não é bom. Fred passou boa parte do primeiro tempo discutindo com Osvaldo, que acabou sacado no intervalo. Gerson, que entrou no lugar do meia, cometeu o pênalti e foi expulso, o que irritou a todos. Depois da partida, o vestiário tricolor ainda foi marcado por gritos que podiam ser ouvidos do lado de fora (a assessoria do clube informou que Fred e Gerson foram escolhidos para o exame antidoping, e, com isso, não estavam no vestiário neste momento).

— Nos jogos, o Fred sempre foi assim. Ele quer a bola, quer marcação. E (a cobrança) no vestiário é coisa normal. A gente está vindo de derrota. Se chega lá e todo mundo fica calado, aí vão falar que está todo mundo aceitando a derrota. Então é normal. Chegamos e nos cobramos. Tem que ser assim — completou o lateral-direito.

Wellington Silva tentou amenizar o contexto. Mas, horas antes, Marlon já havia dado o tom da insatisfação. Ao falar na zona mista da Arena do Grêmio, o zagueiro foi duro e reclamou, sem citar nomes, da falta de comprometimento e entrega dentro do elenco.

— O que aconteceu? Falta de vergonha na cara, entrar em campo, ter um dia a dia melhor nos treinos nas Laranjeiras. Faltou mais comprometimento, entrega e responsabilidade — afirmou .

No alto escalão, o clima também não é bom. A diretoria tem sido alvo de críticas públicas do principal grupo político de apoio à gestão Peter Siemsen. Os próprios dirigentes têm evitado dar entrevistas sobre o momento do time. Nunca torceram tanto para a temporada acabar.

 

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