Jorginho chora e compara queda do Vasco à morte de familiar
A entrevista coletiva do técnico Jorginho após a confirmação do rebaixamento do Vasco foi marcada pela gratidão e emoção do treinador. A terceira queda da história da equipe ocorreu após o empate sem gols com o Coritiba, neste domingo, no estádio Couto Pereira. Ao responder a uma das perguntas sobre a situação da equipe, o comandante cruz-maltino teve de falar pausadamente para segurar o choro. Segundo ele, a dor de cair para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro é comparável à morte de um familiar próximo.
“Sinto como se tivesse perdido alguém da família. É uma dor muito grande. Quero pedir desculpas ao torcedor que nos apoiou a todo momento. Se existe algo positivo, além da entrega dos jogadores, é a gratidão ao torcedor que abraçou a equipe. Chegamos até aqui com a possibilidade de nos salvarmos na última rodada porque os jogadores receberam um algo a mais da torcida. Fica a tristeza de não ter conseguido algo maior, mas a vida continua. Essas são experiências que nos fazem melhores profissionais. E todos devem sair de cabeça erguida, porque demos nosso melhor até o fim”, afirmou Jorginho.
O técnico disse que passou a se dedicar exclusivamente ao Vasco nos últimos meses e destacou a dificuldade de exercer um trabalho de recuperação diante da pressão exercida sobre ele. “Algumas noites eu consegui dormir, outras não. Eu entreguei minha vida a esse elenco. Entreguei tudo que eu tinha de conhecimento do futebol, tudo aquilo que acumulei nos clubes e na própria Seleção. Não faria nada de diferente”, declarou.
“Em muitos momentos nós queremos explodir, mas precisamos nos conter e manter o equilíbrio para os atletas acreditarem até o fim que é possível. E chegamos muito perto (de evitar a queda). Isso aumenta o respeito e o carinho por um time que me deu essa resposta. E pela diretoria que me apoiou nos momentos mais difíceis”, acrescentou o técnico.
Jorginho disse estar crente de que o Vasco possui forças para retornar à Série A já na próxima temporada, mas não quis falar sobre a continuidade de seu trabalho à frente do clube. De acordo com ele, o momento não permite que ele faça projeções para a carreira. “Para ser sincero, eu nem pensei sobre essa situação. Em nenhum momento eu tive uma conversa com a diretoria sobre isso. O coração fica tão doído que não dá nem para nisso. É preciso digerir muito bem a ida para a segunda divisão e conversar com calma sobre tudo que está por vir”, concluiu.