A carta de adeus do ex-deputado João Paulo Cunha
Petista almoça com militantes um dia antes de ser preso foto: Antonio Cruz/AGENCIA BRASIL |
A carta de renúncia do agora ex-deputado federal João Paulo Cunha (PT-SP) foi lida ontem, no plenário da Câmara, por Gonzaga Patriota (PSB-PE), durante a sessão de debates. A leitura do documento formaliza a saída do petista dos quadros do parlamento e a perda dos benefícios inerentes ao cargo. O texto será publicado hoje no Diário Oficial da Casa, encerrando de vez qualquer possibilidade de João Paulo voltar atrás. Ele está preso no Complexo Penitenciário da Papuda há uma semana, após ser condenado no julgamento do mensalão e ter a prisão decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Com a leitura e a publicação da carta, a suplente Iara Bernardi (PT-SP) será efetivada no cargo. O documento havia sido entregue na Secretaria-Geral da Câmara na noite da última sexta-feira. Nas semanas que antecederam a prisão, João Paulo Cunha disse, em várias ocasiões, que não renunciaria. Mas ele acabou cedendo à pressão do próprio partido, que temia desgaste em pleno ano eleitoral, e deixou o cargo três dias após ser detido. A reunião da Mesa Diretora em que o processo de cassação seria aberto estava marcada para amanhã.
Na última quarta-feira, o advogado do petista, Alberto Toron, chegou a dizer que o cliente pretendia exercer o mandato durante o dia e voltar à prisão à noite. Condenado a 9 anos e 4 meses por peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva em regime fechado, ele cumpre a pena inicial de 6 anos e 4 meses no semiaberto. O petista só passará ao regime fechado caso o recurso seja negado.
Fonte: Correio Braziliense