Rogério Ceni quer seu primeiro triunfo como treinador contra o São Paulo. Crédito: Letícia Martins/EC Bahia
A histórica goleada por 5×1 sobre o Corinthians, em plena Neo Química Arena, deu um fôlego a mais para o Bahia nesta reta final do Brasileirão. Com a confiança em alta, a expectativa é de ampliar o bom momento e assegurar a permanência na Série A. Para isso, terá mais três jogos pela frente, incluindo um reencontro que é pessoal ao técnico Rogério Ceni.
Nesta quarta-feira (29), a partir das 20h, o Esquadrão receberá o São Paulo na Arena Fonte Nova, pela 36ª rodada da competição. Foi no clube rival que o então goleiro se tornou ídolo e multicampeão, com 18 títulos conquistados e 131 gols marcados ao longo de 25 anos. Dessa vez, porém, Ceni estará do lado de um outro tricolor, o Bahia.
Medir forças com seu ex-clube não é uma novidade na carreira como treinador de Rogério. Afinal, ele já enfrentou o São Paulo outras oito vezes, seja à frente do Fortaleza ou do Flamengo. Mas ainda tem um tabu a ser quebrado: conquistar sua primeira vitória diante do adversário.
No comando do Leão do Pici, Ceni encarou o tricolor paulista cinco vezes. Mas perdeu três jogos, todos pelo Brasileirão, além de ter empatado duas partidas nas oitavas de final da Copa do Brasil de 2020. No fim, foi o São Paulo quem avançou às quartas, após ganhar nos pênaltis.
O técnico retornou àquela mesma edição do mata-mata nacional, dessa vez para comandar o Flamengo. Mais uma vez, se deu mal. Com direito a duas derrotas: por 2×1 na ida e 3×0 na volta. Ainda enfrentou o São Paulo na última rodada Série A de 2020, e voltou a perder por 2×1. O resultado, porém, não impediu o rubro-negro de ser campeão da competição.
Ao todo, são dois empates e seis derrotas diante do tricolor paulista, um mero aproveitamento de 8,3%.
Passagem recente
Agora no comando do Bahia, Ceni quer acabar com o tabu e, enfim, vencer seu ex-time. E tem conhecimento de sobra sobre o adversário. Afinal, o técnico esteve à frente do São Paulo até abril e, inclusive, participou da montagem do atual elenco. Não à toa, chegou a ser lembrado pelo atacante Calleri após a conquista da Copa do Brasil de 2023.
“Para mim, é sempre especial [reencontrar o São Paulo], o clube que eu joguei minha vida inteira. Esse time, tirando as contratações James [Rodríguez] e do Lucas, foi um time montado por nós. Fico feliz pela conquista do clube, pelos jogadores que tenho carinho”, disse Ceni, logo após a partida contra o Corinthians.
Essa será a primeira vez que o técnico reencontrará o tricolor paulista desde o fim de sua mais recente passagem por lá. Foram 18 meses na equipe, até sua saída em abril. Atual técnico do São Paulo, Dorival Júnior fez questão de ressaltar a importância de Ceni ao clube, mas deixou claro que será um embate entre dois times, e não algo individual.
“O Rogério é o maior ídolo do São Paulo Futebol Clube, é uma pessoa que tem um respeito muito grande aqui dentro. Não é uma disputa Rogério com o São Paulo, ou Dorival contra Rogério. É uma disputa Bahia x São Paulo. Nesse momento são dirigidos por Rogério e Dorival, mas não existe disputa individual”, afirmou Dorival.
Além de ter um técnico que conhece bem o adversário, o Bahia tem outro trunfo na manga. Afinal, o São Paulo é um dos piores visitantes desta Série A, sem qualquer vitória conquistada até aqui. Em 17 partidas longe de seus domínios, empatou oito e perdeu outras nove, um aproveitamento de 15,7%. Ao todo, marcou somente nove gols e sofreu 23, um saldo de -14.
Só o América Mineiro, lanterna do Brasileirão e já rebaixado, tem uma campanha pior como visitante: sete empates e 10 derrotas, rendimento de 13,7%. Fez mais gols que o São Paulo – 21 -, no entanto também sofreu mais: 38, rendendo um saldo de -17.
O time mineiro, aliás, será o rival seguinte do Bahia. As equipes se enfrentarão no domingo (3), às 16h, na Serrinha. O Esquadrão encerra sua participação na Série A 2023 diante do Atlético-MG, de volta à Arena Fonte Nova, na quarta-feira seguinte (6).