A glória dos carnavais passados

Carnaval 2019

O carnaval é a suspensão da vida diária. Um teatro coletivo catártico na rua, uma festa em que tudo é possível. No acervo de imagens do Instituto Moreira Salles (IMS), encontram-se pérolas fotográficas que contam a história de décadas de folia nas ruas do Rio de Janeiro e como ela se transformou nas últimas seis décadas.

    • Durante os dias de carnaval, os foliões são atores temporários: vestem diferentes "eus" em um teatro catártico nas ruas. Esta imagem da folia no Rio de Janeiro é uma das que compõem o catálogo 'Carnaval - o corpo livre', feito pelo IMS para o Google Arts&Culture.
      Carnaval (circa 1960) Durante os dias de carnaval, os foliões são atores temporários: vestem diferentes “eus” em um teatro catártico nas ruas. Esta imagem da folia no Rio de Janeiro é uma das que compõem o catálogo ‘Carnaval – o corpo livre’, feito pelo IMS para o Google Arts&Culture.MARCEL GAUTHEROT/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • O acervo do IMS está intimamente associado à preservação do arquivo de importantes nomes da fotografia brasileira, como explica a EL PAÍS Sérgio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto. É o caso de Marcel Gautherot, francês radicado no Brasil. "Ele foi um dos que fizeram uma imersão no tema do carnaval, fotografando essa festa popular durante anos", comenta Burgi.
      Bloco de rua Inocentes do Valadares (circa 1960) O acervo do IMS está intimamente associado à preservação do arquivo de importantes nomes da fotografia brasileira, como explica a EL PAÍS Sérgio Burgi, coordenador de fotografia do Instituto. É o caso de Marcel Gautherot, francês radicado no Brasil. “Ele foi um dos que fizeram uma imersão no tema do carnaval, fotografando essa festa popular durante anos”, comenta Burgi.MARCEL GAUTHEROT/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • Como escreve Rachel Miranda, responsável pelo catálogo 'Carnaval - o corpo livre': "Para os foliões de qualquer status social, a magia do teatro carnavalesco é tornar cada brincante individualmente livre e ao mesmo tempo em comunhão com a alegria coletiva".
      As Marrequinhas, grupo travestido na Sociedade Carnavalesca Democráticos, 1913 Como escreve Rachel Miranda, responsável pelo catálogo ‘Carnaval – o corpo livre’: “Para os foliões de qualquer status social, a magia do teatro carnavalesco é tornar cada brincante individualmente livre e ao mesmo tempo em comunhão com a alegria coletiva”.AUGUSTO MALTA/COLEÇÃO PEDRO CORREA DO LAGO/ACERVO IMS
    • No carnaval, casa e rua têm fronteiras muito tênues, como o sociólogo Roberto DaMatta aponta nos seus estudos sobre o tema. Já nas suas origens, na virada do século XIX para o século XX, o batuque do quintal, um embrião do samba, espalhou-se pelas casas do Rio de Janeiro: as portas abriam-se e os vizinhos juntavam-se à festa. A imagem de José Medeiros retrata um desses momentos.
      Casal dançando (circa 1948) No carnaval, casa e rua têm fronteiras muito tênues, como o sociólogo Roberto DaMatta aponta nos seus estudos sobre o tema. Já nas suas origens, na virada do século XIX para o século XX, o batuque do quintal, um embrião do samba, espalhou-se pelas casas do Rio de Janeiro: as portas abriam-se e os vizinhos juntavam-se à festa. A imagem de José Medeiros retrata um desses momentos.JOSÉ MEDEIROS/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • O acervo do IMS está intimamente associado à preservação do arquivo de importantes nomes da fotografia brasileira. Um deles é o de José Medeiros. "Extremamente importante no fotojornalismo brasileiro, ele sempre esteve muito próximo às questões do povo e refletia principalmente sobre o lugar do negro na sociedade brasileira", diz Sérgio Burgi. Na imagem, Medeiros registrou um ensaio de uma das primeiras escolas de samba do Rio.
      Escola de Samba (circa 1950) O acervo do IMS está intimamente associado à preservação do arquivo de importantes nomes da fotografia brasileira. Um deles é o de José Medeiros. “Extremamente importante no fotojornalismo brasileiro, ele sempre esteve muito próximo às questões do povo e refletia principalmente sobre o lugar do negro na sociedade brasileira”, diz Sérgio Burgi. Na imagem, Medeiros registrou um ensaio de uma das primeiras escolas de samba do Rio.JOSÉ MEDEIROS/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • Sérgio Burgi explica que esta seleção de imagens também "mergulha nas raízes da música popular brasileira", registrando, por exemplo, a estruturação das primeiras escolas de samba no Rio de Janeiro, nos anos 1940 e 1950.
      Desfile das Escolas de Samba. Avenida Rio Branco, Centro Sérgio Burgi explica que esta seleção de imagens também “mergulha nas raízes da música popular brasileira”, registrando, por exemplo, a estruturação das primeiras escolas de samba no Rio de Janeiro, nos anos 1940 e 1950.MARCEL GAUTHEROT/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • De acordo com o coordenador de fotografia do IMS, essas fotografias "nos permitem observar como a festa popular transformou-se nos últimos 60 ou 70 anos".
      Cena de Carnaval (circa 1950) De acordo com o coordenador de fotografia do IMS, essas fotografias “nos permitem observar como a festa popular transformou-se nos últimos 60 ou 70 anos”.JOSÉ MEDEIROS/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • Nesta imagem, Guilherme Santos realizou um dos primeiros registros fotográficos do carnaval brasileiro, no Rio de Janeiro, em 1928.
      Carnaval de 1928 Nesta imagem, Guilherme Santos realizou um dos primeiros registros fotográficos do carnaval brasileiro, no Rio de Janeiro, em 1928.GUILHERME SANTOS/ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES
    • Em 1969, a fotógrafa inglesa naturalizada brasileira Maureen Bisilliat foi convidada pela revista Quatro Rodas para realizar um ensaio sobre a Estação Primeira de Mangueira. Nas fotos da edição nº 108 da publicação, ela retratou os mangueirenses com seus tradicionais trajes verde e rosa.
      Mangueirenses (1969) Em 1969, a fotógrafa inglesa naturalizada brasileira Maureen Bisilliat foi convidada pela revista Quatro Rodas para realizar um ensaio sobre a Estação Primeira de Mangueira. Nas fotos da edição nº 108 da publicação, ela retratou os mangueirenses com seus tradicionais trajes verde e rosa.MAUREEN BISILLIAT/INSTITUTO MOREIRA SALLES
  • Mais uma imagem da série 'Mangueirenses', de Maureen Bisilliat.
    Mangueirenses (1969) Mais uma imagem da série ‘Mangueirenses’, de Maureen Bisilliat.MAUREEN BISILLIAT/INSTITUTO MOREIRA SALLES
  • Maureen Bisilliat também retratou o icônico sambista Cartola no Morro da Mangueira, em 1969.
    Angenor de Oliveira, o Cartola (1908-1980) em sua casa, Morro da Mangueira (1969) Maureen Bisilliat também retratou o icônico sambista Cartola no Morro da Mangueira, em 1969.MAUREEN BISILLIAT/INSTITUTO MOREIRA SALLES
  • Se rua e casa se mesclam no carnaval, esta última também pode ser representada pela quadra de uma escola de samba, onde famílias inteiras crescem com a música da bateria, dançando desde crianças e absorvendo os códigos da comunidade. Como escreve Rachel Miranda: "a escola de samba é casa, mas a casa do sambista se espraia por toda a cidade".
    Bateria de Escola de Samba, 1970 Se rua e casa se mesclam no carnaval, esta última também pode ser representada pela quadra de uma escola de samba, onde famílias inteiras crescem com a música da bateria, dançando desde crianças e absorvendo os códigos da comunidade. Como escreve Rachel Miranda: “a escola de samba é casa, mas a casa do sambista se espraia por toda a cidade”.DAVID DREW ZINGG/ ACERVO INSTITUTO MOREIRA SALLES

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