A história do Barão

Raul do Rio Branco é para muitos uma figura desconhecida. Seu sobrenome talvez desperte alguma familiaridade em alguns. A importância de Raul para a história do esporte é ainda menos reconhecida. Filho de José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845-1912), o Barão do Rio Branco, e Marie Philomène Stevens (1849-1898), uma atriz belga radicada no Rio de Janeiro, Raul é descendente de uma importante linhagem nobiliárquica. Tanto seu pai, o barão, quanto seu avô, o Visconde do Rio Branco, foram figuras destacadas da diplomacia brasileira. José Maria da Silva Paranhos, o visconde, foi instrumental na promulgação da Lei do Ventre Livre. Já o Barão do Rio Branco, título concedido a ele pela Princesa Isabel em 1888, teria papel decisivo na delimitação das fronteiras nacionais.
José Maria da Silva Paranhos Jr, futuro Barão do Rio Branco, com seu filho mais velho, Raul da Silva Paranhos, 1879
No início de 1872, o diplomata e estadista José Maria da Silva Paranhos Júnior (1845 – 1912), o Juca Paranhos, futuro Barão do Rio Branco, encontrou no Alcazar Lyrique, uma casa de espetáculos por onde circulavam os membros da elite carioca, uma jovem belga, a dançarina Marie Philomène Stevens, de 22 anos, por quem se apaixonou.
O casamento era impossível, pois ela era apenas uma bela atriz de pouca instrução, que viera faire l’Amérique no Rio de Janeiro. Juca Paranhos parecia bastante ingênuo, talvez cego pelo amor, pois chegou a escrever para um amigo dizendo que Marie lhe havia chegado aos braços “perfeitamente pura!”.
Em 1873, sob pressão do pai, o visconde do Rio Branco, na época chefe de gabinete ministerial, Juca, instalou-a em Paris. Lá nasceu, em 20 de fevereiro de 1873, Paul, o primeiro dos cinco filhos que o barão teve com ela, ao longo de 26 anos de convívio interrompido. Juca fez com que a belga retornasse ao Rio de Janeiro, com o recém-nascido, instalou a amante e o menino na casa rua da Praia do Cajueiro, 34, e assumiu a paternidade. Em maio do ano 1875 nasceu Maria Clotilde no Brasil. Logo depois que Juca foi nomeado Cônsul-geral do Brasil em Liverpool, que aconteceu em 27 de maio de 1876, embarcou Marie e os filhos para a França. O terceiro filho, Paulo, nasceu em Paris, em 10 de julho. Maria Amélia nasceu em 22 de junho de 1878 e Hortênsia em 12 de abril de 1885, também em Paris. Viveram na Rue de Rennes, 75 em Paris, até 1892 quando mudaram para uma casa na Villa Molitor, 15, em Auteuil, um arrabalde de Paris, mais perto da escola onde estudavam as filhas.
Túmulo Familia Rio BrancoNo entanto, demoraram a casar-se, o que finalmente ocorreu em 18 setembro de 1889, em Londres, na Capela da Sardenha, no distrito de St. Giles, depois do Juca receber o título de Barão (1888)
Raul, era praticante de inúmeros esportes, dentre os quais o boxe, o futebol, o ciclismo, a natação, o tiro e a esgrima. Seguindo a tradição familiar, Raul do Rio Branco ingressou no serviço diplomático em 1895, quando possuía apenas 22 anos. No Ministério das Relações Exteriores, ocupou os cargos de 1º secretário da legação brasileira em Berlim, secretário do ministro das Relações Exteriores e ministro plenipotenciário do Brasil em Berna. Foi durante sua estada na Suíça que pôde participar do Congresso Olímpico de 1913, realizado em Lausanne. Nesse evento, encontrou com Pierre de Coubertin, fundador e presidente do Comitê Olímpico Internacional e um antigo conhecido de Raul. Coubertin instigou o brasileiro a aceitar a distinção de delegado olímpico, bem como a participar do Congresso Olímpico do ano seguinte, que seria realizado em Paris.
Em oito de junho, tem-se a fundação oficial do primeiro Comitê Olímpico Brasileiro. Ainda em junho, o Brasil participar com quatro representantes no Congresso Olímpico daquele ano. Nesse encontro, o COI reconhece o comitê nacional, o que autorizava o Brasil a participar dali por diante dos jogos olímpicos internacionais.

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