A polêmica dos atores que viveram Batman
Ben Affleck encontrará Henry Cavill. Dito assim, não parece nada especial. Mas no encontro eles serão Batman e o Super-Homem, o que despertou muito interesse entre os cinéfilos, fãs de quadrinhos e curiosos em geral. A Warner anunciou na noite de quinta-feira que Affleck será o homem-morcego na sequência de “Homem de Aço”. A estreia do filme, dirigido por Zack Snyder, está prevista para 17 de julho de 2015, nos EUA.
O diretor e protagonista de “Argo” será o sexto Batman da telona. O ator está longe de ser uma unanimidade entre os fãs de quadrinhos, afinal de contas, ele foi o protagonista do “Demolidor – O Homem Sem Medo” (foto acima), considerada uma das mais fracas adaptações de quadrinhos dessa nova safra.
Em algum momento do novo filme os espectadores podem esperar que Affleck diga para Cavill: “Quero que se lembre, Clark, em todos os anos por vir, em seus momentos mais privados. Quero que se lembre da minha mão na sua garganta. Quero que se lembre do único homem que te derrotou.” A frase foi apresentada como a introdução de “Homem de Aço 2”, na Comic-Con esse ano, e remete a uma das mais importantes histórias do Batman, “O Cavaleiro das Trevas”, de Frank Miller. A escolha sugere também que a hístória não será exatamente a mesma da HQ. Afinal, no conto de Frank Miller, Bruce Wayne retorna ao papel de Batman já bem mais velho, com mais de 50 anos – até por isso muitos fãs torciam para Clint Eastwood fosse escolhido para o papel.
Abaixo, lembramos quem foram os Batmans anteriores, sempre colocando ao lado do título do filme a nota que ele recebeu noRottenTomatoes, um agregador de resenhas cinematográficas.
O primeiro foi Adam West, o homem que fez Batman dançar. Além dos 120 episódios na série de televisão, West se atreveu a usar a capa do herói num filme de 1966. Mas ele não confiava muito no projeto. Os produtores do longa-metragem, que custou cerca de US$ 1,3 milhão e arrecadou pouco mais que o dobro disso, o convenceram dizendo que, sem o filme, seriam obrigados a fazer também mudanças na série. “Batman – O Homem Morcego” originalmente seria um piloto, mas no fim estreou entre a primeira e a segunda das três temporadas da série que durou de 1966 a 1968.
“Batman – O Homem-Morcego” (79%)
“Batman” (70%) e “Batman – O Retorno” (81%)
Não foram uma nem duas, mas 50 mil cartas de protesto enviadas ao escritório da Warner Bros quando Michael Keaton foi escalado para interpretar o Batman de Tim Burton. Mesmo assim, o filme de 1989 foi um grande êxito, arrecadando mais de US$ 400 milhões em todo o mundo. Grande parte desse sucesso veio por conta do carisma do vilão, o Coringa de Jack Nicholson. Keaton repetiu o papel em “Batman – o Retorno”, de 1992, que também teve boa recepção, mas longe da popularidade do primeiro.
“Batman Eternamente” (41%)
A era Joel Schumacher trouxe Val Kilmer como Batman. Mas esse não era o plano original do diretor de “Batman Eternamente” (1995) e “Batman e Robin” (1997), que primeiro ofereceu o papel a Michael Keaton. O ator não aceitou o convite por discordar do rumo que o cineasta pretendia dar ao personagem. Por exigência do estúdio, decepcionado com a bilheteria do segundo filme, Schumacher abandonou o clima sombrio dos trabalhos de Burton e apostou num tom mais familiar (e caricato), se aproximando dos quadrinhos dos anos 1940 e da série de TV dos anos 1960.
A ideia de ter o Charada como vilão estava nos planos originais de Tim Burton (produtor do filme), mas Schumacher decidiu acrescentar Harvey Dent, o Duas Caras. A crítica americana recebeu o longa-metragem com frieza, como indica um resumo noRottenTomatoes.com: “Barulhento, excessivamente confuso e em vários momentos tedioso, ‘Batman Eternamente’ traz apenas o carisma de Jim Carrey e Tommy Lee Jones como alívio”. Mas o pior ainda estava por vir.
“Batman & Robin” (12%)
A questão dos mamilos. Essa foi uma das obsessões dos fãs de Batman durante a passagem de Joel Schumacher pela franquia. Os mamilos que o diretor insistia em colocar nos trajes dos super-heróis. Mas “Batman & Robin” trouxe vários outros motivos para polêmicas. A película recebeu críticas destrutivas e 11 indicações ao Framboesa de Ouro. George Clooney (Batman) e Chris O’Donnell (Robin) foram indicados como “Pior dupla do ano” e o filme concorreu na inédita categoria “`Pior descaso pela vida humana e propriedade pública”. Onze anos mais tarde, Schumacher se desculpou publicamente.
“Batman Begins” (85%), “O Cavaleiro das Trevas” (94%) e “Batman – O Cavaleiro das Trevas ressurge” (88%)
Dos abismos de Joel Schumacher ao êxito incomparável da trilogia de Christopher Nolan, na qual Christian Bale conseguiu enfim realizar seu sonho de interpretar o Batman. O ator estava previsto para encarnar o personagem em “Batman: Ano Um”, uma adaptação do clássico de Frank Miller que seria dirigida por Darren Aronofsky com um orçamento bem menor que o usual para filmes de quadrinhos. O projeto não andou e Bale teve de assumir o papel – já sob o comando de Nolan – logo depois de terminar “O maquinista”, para o qual emagreceu até pesar apenas 55 kg.
Nolan confessa, no making of da película, que pediu ao ator que malhasse até ficar o mais forte que pudesse. Bale cumpriu tão bem a tarefa que, ao final de seis meses, não conseguiu entrar no traje do Batman. Como recompensa pelo esforço, uma trilogia que recebeu o respeito de toda a crítica e arrecado mais de US$ 2 bilhões mundo afora.
E agora? Como vocês acham que Ben Affleck vai se sair no papel de Batman? Qual o melhor Batman da históra? Quem vocês gostariam de ver como o Homem-Morcego?
Fonte: O Globo