Redação
Carregadores de café a caminho da cidade do RJ. Aquarela sobre papel. Jean Baptiste Debret, ano de 1826. Pertencente ao Acervo do Museu Castro Maya – Rio de Janeiro.
Segundo Debret: “O cafeeiro por excelência, esse tão útil arbusto conhecido há exatos sessenta anos no Rio de Janeiro, que atualmente se cultiva com muito cuidado no Brasil, e se tornou, pela bela qualidade de seu fruto, um excelente negócio para o fazendeiro que a ele se dedica.
Os pesos e medida empregados no comércio do café e do açúcar, no Brasil, são o alqueire (medida portuguesa) e a arroba (um tipo de peso). O alqueire pesa duas arrobas e a arroba pesa trinta e duas libras.
O saco de café recebido no comércio pesa 128 libras, e contém dois alqueires. O preço da arroba de café varia de vinte a trinta mil réis. (…) Quanto ao transporte, muitas vezes penoso em função da extensão do trajeto, é necessário, para fazê- lo sem inconvenientes, não somente recorrer a um número de carregadores igual àquele de sacos, mas, principalmente a um chefe puxador, capaz de animar a tropa por seus cantos improvisados. (…)
Toda essa coluna é dirigida por um capataz, hábil por munir-se de um chifre de boi ou carneiro, um troféu protetor que leva à mão e, para ele, é um talismã contra todos os males que possam ameaçar aquela tropa em marcha. (…) Mas, uma vez que essa coluna chega ao seu destino e é paga, a igualdade retoma seus direitos e uma confraternização é realizada no cabaré vizinho (na venda mais perto).”