A renúncia de Dilma

“Minha pauta é municipal”, diz ACM Neto sobre renúncia de Dilma

 

O prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), demonstrou cautela ao comentar a campanha lançada por senadores democratas, como o líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado, e deputados federais, como presidente do DEM na Bahia, José Carlos Aleluia, apesar de os principais caciques do partido defenderem a renúncia da presidente Dilma Rousseff (PT), que amarga uma rejeição de 71% perante à nação, conforme apontou o Datafolha nesta terça-feira (6).

“A atual situação é de muita preocupação. O país vive uma crise institucional e econômica sem precedentes. Ontem, o próprio vice-presidente da República, em rede nacional, afirmou isso. Mas, eu prefiro me reservar a não manifestar opinião sobre o que deve ou não fazer o governo federal. Esse é um debate de Brasília, um debate dos parlamentares da Câmara e do Senado; Como prefeito, devo ter todo o cuidado para permitir que esse debate seja feito lá e cuidar aqui do que me cabe”, esquivou-se, em entrevista ao Bocão News, após o lançamento do programa educacional.

Para o prefeito, que diz preferir “concentrar toda a minha atenção na pauta municipal”, a atual crise dificulta não só a vida dos brasileiros, mas também dos governantes. “Estamos sentido na pele, com queda na arrecadação, com certa depressão da economia em geral e isso exige ainda mais esforço na nossa parte para garantir que as coisas continuem andando bem. A crise é seria, preocupa muito, traz consequências gravíssimas para o Brasil, mas prefiro não opinar sobre as declarações [da necessidade de renúncia da presidente]”, disse.

Antes, durante seu discurso em um dos auditórios do Hotel Sheraton, no Campo Grande, o gestor soteropolitano citou o Petrolão – escândalo de corrupção na Petrobras -, ao negar que teria negociado “às escondidas” com os donos de shoppings centers de Salvador, que passaram a cobrar estacionamento no mês passado, o aporte de cerca de R$ 108 milhões aos cofres municipais.

“A gente liga a televisão e vê o maior escândalo de corrupção da história do Brasil, que é a operação Lava Jato. Imaginei que o mensalão seria insuperável. E não sou eu que estou dizendo, mas o ministro do STF, Gilmar Mendes, que Pedro Barusco, um gerente da Petrobras, equivalia a um mensalão todo. Daí da para ter ideia da dimensão da roubalheira que se instalou na Petrobras. E porque digo isso? Ninguém admitiu fazer nenhum tipo de entendimento às escondidas com os shoppings centers. E aqui em Salvador, quando se tem que exigir alguma coisa de empresário não é propina, mas creche e escola para as crianças”, disse o prefeito, ao informar que os centros de compras da capital baiana bancarão parte das 40 novas creches previstas para serem construídas.

Parlamentares democratas passaram a defender a renúnica de Dilma em discursos no Congresso e nas redes sociais.

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