Nas últimas semanas, alguns bairros de Salvador foram acordados com fogos de artifício exatamente quando os relógios marcam a meia-noite. Assim aconteceu no Engenho Velho da Federação, no Complexo do Nordeste de Amaralina, Paripe e Matatu de Brotas. Segundo os moradores, os rojões seriam o reflexo de algum fato “relevante” para o Comando Vermelho, facção que atua nessas regiões. Em junho de 2018, por exemplo, o Boqueirão comemorou a soltura de Val Bandeira. Já em 2020, Averaldinho ganhou de aniversário mais de 15 minutos de fogos de artifício. A ‘novidade’ é que, agora, tem acontecido diariamente. Assim, além de sinalizar os domínios dos espaços, afronta as autoridades, querendo dizer que estão prontos para o embate. Para quem vive nessas áreas controladas pelo crime só resta o medo.
Traficantes fazem ‘comemoração’ com fogos de artifício . Crédito: Divulgação
Impunidade que gera impunidade
O assassinato da ialorixá e líder da Comunidade Remanescente de Quilombo Pitanga de Palmares, em Simões Filho, Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, aconteceu depois de quase seis anos da execução do filho dela, Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, Binho do Quilombo, que lutava pela titulação das terras do quilombo. A morte brutal da idosa nesta quinta (17), repercutiu no país e os ministérios dos Direitos Humanos e Cidadania e da Igualdade Racial garantiram o envio de equipes à Bahia para acompanhar a investigação. Talvez agora, seja possível chegar às autorias, pois para a família não há dúvida que os crimes estão relacionados e que, se não houver agilidade, a impunidade será repetida.
Mãe Bernadete, líder quilombola. Crédito: Divulgação/Conaq
Arrastão até no metrô?
Dos pontos e dos ônibus, das ruas e centros comerciais para os trilhos. Umas das modalidades criminosas que está na moda em Salvador levou pânico aos passageiros do metrô na sexta-feira, (18). Segundo eles, assaltantes entraram na estação Pirajá, levaram pertences nos vagões e soltaram no Bom Juá. Vídeos nas redes sociais mostram os usuários abaixados, temendo um possível tiroteio. Já a CCR negou o arrastão, mas confirmou que houve um tumulto.
Assalto no metrô de Salvador. Crédito: Arisson Marinho / Arquivo CORREIO