Acidente aéreo em Vinhedo (SP) é o sexto pior da história do Brasil

O mais grave é o do voo da Air France, que mergulhou no Atlântico com 228 pessoas a bordo e tirou a vida do maestro Silvio Barbato

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 (No chão da casa em que caiu, os restos do ATR ardem em chamas - (crédito: Reprodução de vídeo)
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No chão da casa em que caiu, os restos do ATR ardem em chamas – (crédito: Reprodução de vídeo)

 

 

A queda do ATR-72 500 da Voepass, nesta sexta-feira (09), em Vinhedo (SP), é o sexto pior do país em número de mortes (veja quadro ao lado). O maior de todos continua sendo o do voo da Air France, que em junho de 2009 deixou o aeroporto Tom Jobim/Galeão, no Rio de Janeiro, com previsão de chegar ao aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, por volta das 7h (horário de Brasília) do dia seguinte. Entre os mortos, o maestro Silvio Barbato, que fora diretor artístico e regente da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional, da capital federal. O maestro seguia para a Europa e, ao retornar, daria início a uma série de concertos em homenagem ao compositor Cláudio Santoro.

 

Outros dois grandes desastres marcaram a história da aviação brasileira: o do jato da TAM que não conseguiu frear ao pousar na pista de Congonhas, em 2007 — e terminou por bater contra um galpão da própria empresa, no acesso ao aeroporto, e incendiar, matando todas as 199 pessoas a bordo; e a queda do avião da Gol no Mato Grosso, que vinha para Brasília, chocou-se com um jatinho e caiu dentro da mata — foram 154 vítimas fatais.

 

Repercussão

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou três dias de luto oficial em todo o Brasil pela queda do avião em Vinhedo. Mais cedo, no lançamento de uma fragata em Itajaí (SC), pediu um minuto de silêncio ao receber a informação de que todos os ocupantes da aeronave morreram. O vice-presidente Geraldo Alckmin e a primeira-dama Janja também publicaram notas de solidariedade aos parentes das vítimas.

 

Outros políticos se manifestaram. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), manifestou pesar e cobrou que as causas da queda do avião devem ser “identificadas com celeridade”. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) também lamentou o desastre.

 

“Que as autoridades possam, no menor prazo possível, descobrir as causas da tragédia para evitar a ocorrência de outros episódios semelhantes”, publicou no X (antigo Twitter).

 

Boa parte dos ministros se manifestou sobre o desastre. Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Rui Costa (Casa Civil), Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial), Simone Tebet (Planejamento e Orçamento), Margareth Menezes (Cultura), Juscelino Filho (Comunicações) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) foram às redes sociais manifestar consternação pela tragédia.

 

O acidente chamou a atenção da imprensa internacional. Os sites do The New York Times, do The Guardian (Inglaterra), da BBC, do Clarín (Argentina) e da rede de tevê Al Jazeera (Catar) deram manchete para o acidente, mas equivocaram-se com o número de vítimas fatais — disseram ser 62, quando, na verdade, são 61. O Le Monde noticiou o episódio, porém evitou colocar o número de mortos.

 

A caixa preta do avião foi localizada pouco depois que as equipes puderam fazer o rescaldo. O equipamento, no qual ficam armazenadas as informações sobre o voo que podem esclarecer as causas da queda, aparenta estar preservada. Foi instaurado um inquérito e, além de membros do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), integrantes da Polícia Federal (PF) trabalham na investigação.

 

Em paralelo às apurações, equipes vão trabalhar na identificação das vítimas. “De posse da lista e do banco de informações dessas pessoas, seja do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), daqui de São Paulo ou do próprio Paraná, a gente pode fazer uma perícia, um exame de comparação no local, com os nossos peritos, peritos do IIRGD e até peritos da Polícia Federal para saber se aquela pessoa é realmente quem constava na lista de passageiros”, disse o secretário de Segurança de São Paulo, Guilherme Derrite.

 

Os casos que demandarem mais exames deverão ser encaminhados para a capital paulista. Nessas situações, os corpos serão transportados com apoio e escolta da Polícia Militar Rodoviária. Derrite informou que está conversando com autoridades para bloquear o espaço aéreo na região do acidente e, assim, evitar a exposição das vítimas durante o trabalho de remoção.

 

As vítimas

Passageiros — Rosângela Souza, Eliane Andrade Freire, Luciani Cavalcanti, José Fer, Denilda Acordi, Maria Auxiliadora Vaz de Arruda, José Cloves Arruda, Nelvio José Hubner, Gracinda Marina Castelo da Silva, Ronaldo Cavaliere, Silvia Cristina Osaki, Wlisses Oliveira, Hiales Carpine Fodra, Daniela Schultz Fodra, Regiclaudio Freitas, Simone Minian Rizental, Josgleidys Gonzalez, Maria Parra, Ioslan Perez, Mauro Bedin, Rosangela Maria de Oliveira, Antonio Deoclides Zini Junior, Kharine Gavlik Pessoa Zini, Mauro Sguarizi, Leonardo Henrique da Silva, Maria Valdete Bartnik, Renato Bartnik, Hadassa Maria da Silva, Raphael Bohne, Renato Lima, Rafael Alves, Lucas Felipe Costa Camargo, Adrielle Costa, Laiana Vasatta, Ana Caroline Redivo, José Carlos Copetti, André Michel, Sarah Sella Langer, Edilson Hobold, Rafael Fernando dos Santos, Lizibba dos Santos, Paulo Alves, Pedro Gusso do Nascimento, Rosana Santos Xavier, Thiago Almeida Paula, Adriana Santos, Deonir Secco, Alípio Santos Neto, Raquel Ribeiro Moreira, Adriano da Luca Bueno, Miguel Arcanjo Rodrigues Junior, Diogo Avila, Luciano Trindade Alves, Isabela Santana Pozzuoli, Tiago Azevedo, Mariana Comiran Belim e Arianne Albuquerque Estevan Risso.

 

Tripulantes — Debora Soper Avila, Rubia Silva de Lima, Humberto de Campos Alencar e Silva Danilo Santos Romano.

 

Os 10 piores acidentes aéreos do país

1º) Em 1º junho de 2009, um Airbus A330-200 da Air France mergulhou no Oceano Atlântico no voo entre o Rio de Janeiro e Paris. O mau funcionamento de um “pitot” (parte do sistema de orientação) do aparelho teria causado a tragédia. Morreram 228 pessoas.

 

2º) Em 17 de julho de 2007, um Airbus A-320 da TAM (hoje Latam) não conseguiu frear ao pousar em Congonhas, em São Paulo. Ultrapassou os limites da pista e chocou-se contra um galpão da empresa, próximo à pista de acesso ao aeroporto. Mortos: 199.

 

3º) Em 29 de setembro de 2006, um Boeing 737-800 da Gol Linhas Aéreas fazia a rota Manaus-Brasília. Foi atingido por um jato Legacy particular, que voava com o equipamento de identificação desligado, e perdeu o controle. Caiu a 30 km de Peixoto de Azevedo (MT ), na terra indígena Capoto-Jarinã. Morreram 154 pessoas.

 

4º) Em 8 de junho de 1982, um Boeing 727-200 na extinta Vasp chocou-se contra a serra de Aratanha (CE). Total de 137 mortos.

 

5º) Em 31 de outubro de 1996, um Fokker-100 da TAM (atual Latam) caiu logo após decolar de Congonhas (SP). Segundo perícia do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) o reversor da turbina direita (freio aerodinâmico) do aparelhou abriu involuntariamente na decolagem e causou a queda do jato. Morreram 99 pessoas.

 

6º) Queda com o ATR 72-500, ontem, em Vinhedo (SP).

 

7º) Em 25 de fevereiro de 1960, um Douglas DC-3 da Real Aerovias chocou-se com um Douglas DC-6 quadrimotor, da Marinha dos Estados Unidos, quando fazia a rota entre entre o Aeroporto Bartolomeu Lisandro, em Campos dos Goitacazes (RJ), e o Santos Dumont, no Rio de Janeiro. Sessenta e uma pessoas morreram.

 

8º) Em 12 de abril de 1980, um Boeing 727 da extinta Transbrasil chocouse contra a encosta do Morro da Virgínia, na aproximação para o pouso no Aeroporto Hercilio Luz, em Florianópolis. Cinquenta e quatro pessoas morreram.

 

9º) Em 24 de junho de 1960, o Convair prefixo PP-YRB embicou na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, na altura da Ilha dos Ferros, perto da Ilha de Paquetá. O voo fazia a linha Brasília-Belo Horizonte-Rio. Saldo de 53 mortos.

 

10º) Em 22 de dezembro de 1959, uma aeronave de treinamento Fokker T-21, da FAB, chocou-se em pleno ar com um Vickers Viscount da extinta Vasp. O acidente foi no Rio de Janeiro e 35 morreram.

 

As informações são do Correio Braziliense.

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