Acidentes pavorosos de cada dia

Por Jorge Serrão 

A péssima gestão pública brasileira é campeã em produzir “acidentes pavorosos” a cada dia. No Brasil, os administradores (?) públicos instituíram o vício macabro de fazer promessas (que dificilmente serão cumpridas), sempre que estoura alguma “crise”. O recente plano nacional de segurança, anunciado ontem, de forma temerária, no Palácio do Planalto, é mais um exemplo de faz-de-conta. Tem boa intenção, mas é ineficiente porque não define prazos, nem metas.

Michel Temer demorou três dias para falar do caso. Quando falou, fazendo o demagógico discurso de média com as famílias de presos, Temer empregou, pessimamente, o termo “acidente pavoroso”. Depois, apelou ao twitter para apresentar vários sinônimos para tentar justificar seu “acidente” de comunicação. Novamente, Temer não convenceu ninguém. Até agora, o sucessor da Dilma (lembram dela?) continua impopular e ineficiente – a não ser por algumas medidas em que só as Velhinhas de Taubaté do mercado financeiro acreditam…

Brevemente, Michel Temer terá mais “acidentes pavorosos” para lamentar e fingir que sua equipe tem competência para arranjar alguma suposta solução tipo “remendo”. A bomba previsível vai estourar no Rio de Janeiro desgovernado pelo mais descarado e organizado esquema de crime institucionalizado, com shows permanentes de corrupção sistêmica. A sujeira acumulada nas cidades “falidas”, em parceria com as chuvas de verão, vai produzir e reproduzir doenças famosas no noticiário.

Como a culpa será atribuída ao mosquito, os governos terão mais uma chance de aproveitar uma habitual crise brutal para gerar bons negócios para os aliados. Como de praxe, muito dinheiro deverá ser liberado para “resolver os problemas”. Será outra costumeira festança para fornecedores, que financiam campanhas eleitorais ou que tem políticos, familiares ou laranjas como gestores. Nada se resolve, mas alguém se dá bem no final das contas que nunca fecham.

Eis o retrato do Brasil – País no qual “acidente” é rotina previsível.