Acordo para PT sair de cena na disputa pela prefeitura de Salvador em 2024 passa por articulação nacional
O “banho-maria” em que é colocada a possível apresentação de Geraldo Jr. (MDB) como candidato único do grupo político do governador Jerônimo Rodrigues (PT) em Salvador em 2024 não é meramente obra da vagareza com que as conversas do chamado conselho político acontecem. O afastamento temporário da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, submetida a procedimento cirúrgico no coração no último dia 30, também desacelerou o processo.
Segundo fontes do Bahia Notícias, as negociações para que o MDB assuma eventualmente a dianteira da construção política soteropolitana no próximo ano depende do aval da direção nacional do PT, que planeja colocar na mesa de negociação trocas de apoio em outras capitais brasileiras – com o Nordeste em destaque. A lista de municípios que entraria no acordo não deve ser divulgada previamente, mas é esperado que haja ação recíproca em prol de candidaturas petistas que sejam consideradas mais viáveis do que o projeto de Robinson Almeida em Salvador.
Como a cirurgia de Gleisi surpreendeu o entorno das articulações, houve uma pausa momentânea, a fim de evitar que sejam criados ruídos na relação do PT e do MDB, que oscila de boa a ruim desde a metade do segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), que acabou sendo alvo de impeachment e sucedida por um cardeal emedebista, Michel Temer.
Apesar de Robinson e de figuras do PT terem dito publicamente que não houve recuo ou retirada de candidatura, são raros os aliados de alto coturno que defendem piamente que a melhor alternativa para o partido – e para a federação com PCdoB e PV – seja a apresentação de um petista “puro sangue”, mas com baixo poder eleitoral, para representar o grupo político contra o projeto de reeleição de Bruno Reis (União) na capital baiana.
APOIO FINANCEIRO
Para além de ter comungado com o prefeito há até bem pouco tempo, Geraldo Jr. teria conseguido aval financeiro do MDB para colocar o “sonho” de ser candidato ao Palácio Thomé de Souza como realidade. O presidente nacional do partido, deputado federal Baleia Rossi, junto com os irmãos Geddel e Lúcio Vieira Lima teriam chancelado recursos para a campanha, tornando a legenda protagonista nas eleições de 2024 em Salvador.
Assim, quando o governador conseguir tocar as conversas descentralizadas com a base de apoio – leia-se PT e Robinson; PCdoB e Olívia Santana; Lídice da Mata e PSB; e outros partidos que virtualmente se colocam no pleito -, é provável que as negociações entre as direções nacionais também tenham avançado. Pelo menos tem sido essa a expectativa do entorno de Jerônimo, que admite Geraldo Jr. como o candidato do grupo na “cidade da Bahia”. (BN)