Advogado da Americanas diz que ex-diretores ‘não administravam a companhia, mas sim a fraude’
“Quando você mergulha a fundo, percebe que eles não trabalhavam para a companhia”, disse Celso Villardi
“Quando você mergulha a fundo, percebe que eles não trabalhavam para a companhia, eles trabalhavam para fraudar. São dezenas e dezenas de documentos que antecediam reuniões trimestrais de apresentação de balanços ao conselho. E esses documentos registram idas e vindas de informações falsas para ajeitar alíneas financeiras, transformar prejuízo em lucro”, disse.
Segundo o advogado, a fraude é “incrivelmente documentada”, já que existem registros baixados pelo sistema da empresa pelo uso de celulares e equipamentos corporativos, até de conversas sobre como blindar patrimônio diante de um eventual avanço das investigações. “Nos documentos encontrados em equipamentos funcionais, celulares, Ipads, há menção explícita inclusive a blindagem patrimonial”, diz Villardi.
Ele também aponta que Gutiérrez e Saicali estavam entre os diretores “mais discretos” em relação à fraude. “A Anna (Saicali) presidiu a P2W, empresa que era deficitária, mas aparecia como lucrativa. Ela participava do encontro de contas e há registro de planilhas falsas passando por ela”.