Advogado diz que Cid não vai “dedurar” Bolsonaro, mas lembra: ‘ele cumpria ordens’
Cezar Bitencourt diz que Cid confirmará sua atuação na venda de um relógio de luxo, mas não no caso das ‘joias’
Após dizer que o tenente-coronel Mauro Cid entregaria Jair Bolsonaro (PL) no caso das joias desviadas da Presidência da República e vendidas e depois de recuar, afirmando que o que Cid falará à Polícia Federal “não tem nada a ver com joias”, o advogado do militar concedeu uma entrevista confusa à GloboNews nesta sexta-feira (18).
“Não é verdade que, em primeiro lugar, o Cid vai dedurar o Bolsonaro e, em segundo lugar, é que era um relógio e as joias. Isso não tem nada a ver com joias. O Mauro não trabalhou com essa hipótese, não foi isso que se comentou, não tem nada a ver. Tem apenas o relógio”, disse o advogado. Segundo ele, há uma confusão quando se fala em “relógio” e “joias”. Bitencourt afirmou que Cid está disposto a falar apenas sobre a venda de um relógio – o que o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef recomprou para devolver ao Tribunal de Contas da União (TCU).
O advogado também negou que tenha dito que a operação envolvendo o relógio tenha sido colocada em prática “a mando do Bolsonaro”, mas reafirmou que Mauro Cid “é um assessor e que cumpre ordens”. Mais à frente, ele afirmou novamente que a ordem para “resolver o problema do Rolex” partiu de Bolsonaro. “Quando surgiu o problema do Rolex, ‘resolve esse problema aí do Rolex’. É assim, e para bom entendedor meia palavra basta. O Cid foi atrás procurar resolver a questão do Rolex, tentou vender. As condições não eram boas. Depois deu problema, estourou, e ‘vai atrás do Rolex’, ‘vai buscar esse Rolex’. Então esse é o fato, é isso que o Cid está admitindo”.
Bitencourt também confirmou que o dinheiro oriundo da venda do relógio Rolex foi destinado a Bolsonaro ou à ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.