Opinião
Por que te calas, Priscila Krause, diante das últimas notícias de dispensas de licitações na gestão de Raquel Lyra? Como deputada, no campo da oposição, lembro muito bem, eras muito vigilante em qualquer desvio ético nas gestões do PSB. Achas normal uma dispensa de R$ 57 milhões para gastar na montagem de palanques nas festas juninas?
Igualmente, achas legal uma dispensa emergencial para merenda escolar, após 18 meses de gestão da governadora Raquel Lyra, com quem compartilhas o Governo? E retirar, na calada da noite, R$ 17 milhões da assistência médica dos policiais militares e bombeiros, que vivem tão sacrificados, por mera vingança? Gostaria também de saber sua opinião quanto ao custo de uma feira de livros por R$ 4,5 milhões.
Nem uma só palavra, Priscila? Aliás, em relação à imoral e escandalosa feira, tem, senhora vice-governadora, uma decisão bem fresquinha do Tribunal de Contas do Estado: a abertura de um novo processo, uma auditoria especial, para investigar a contratação da Andelivros, empresa responsável pela dita cuja feira de uma montanha de dinheiro.
Saudade dos tempos da vigilante deputada Priscila Krause, aplicada fiscalizadora do Governo Paulo Câmara! Leitura assídua do Diário Oficial, nada de gatunagem escapava aos seus olhos. Exemplos? Tem centenas. Basta dar um clique no Google e lá o leitor achará, por exemplo, uma denúncia dela dando conta de que Paulo Câmara, em agosto de 2022, comprou R$ 4,3 milhões em material gráfico sem licitação.
Em 2029, quando era cotada para líder da oposição na Assembleia Legislativa, ainda filiada ao DEM, a atenta e rigorosa Priscila apresentou ao Ministério Público e ao TCE pedido de suspensão do processo licitatório para contratar empresas fornecedoras de merenda na rede municipal de ensino do Recife. Ora, Priscila, lá atrás isso não podia, mas agora pode?
Pau que bate em Chico é o mesmo que bate em Francisco!
PEGOU NO PÉ ATÉ DO PREFEITO – Veja como vereadora do Recife, papel que exerceu também na oposição, a então vigilante Priscila se indignava diante do errado: como líder da bancada de oposição da Câmara do Recife, em 2011, acusou o prefeito Geraldo Júlio de abrir uma licitação pela Fundação de Cultura suspeita de superfaturamento nos valores. “A contratação, no valor total de R$ 3,9 milhões deixaria o metro quadrado instalado de lona no valor de R$ 490,00, o que representaria 716% de superfaturamento”, calculou a vereadora, revela postagem da época.
Do Blog do Magno Martins