Embora pertença à base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Congresso, o deputado baiano Paulo Magalhães (PSD) pediu que dois ministros influentes do Planalto sejam convocados a prestar depoimento para a CPI do MST na Câmara. O primeiro alvo do parlamentar, titular da comissão que investiga a onda de invasões do movimento este ano, é Alexandre Padilha, chefe da pasta de Relações Institucionais e responsável pela articulação política do governo. No requerimento, Magalhães alega que o objetivo da convocação é esclarecer a posição de Padilha sobre as ações em propriedades privadas ou destinadas a pesquisas, a exemplo da fazenda da Embrapa invadida duas vezes pelos sem-terra em Pernambuco
Pano de fundo
O segundo pedido tem como destinatário o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Por trás da tentativa de convocá-lo, estão os planos de Haddad para impulsionar a reforma agrária com terras cujos donos possuem dívidas junto à União, apresentados durante encontro com dirigentes do MST em abril.
Que é isso, companheiro?
A ofensiva de Paulo Magalhães surpreendeu deputados da bancada baiana, tanto da base governista quanto da oposição, e parlamentares do PSD, que viram fogo amigo nos pedidos contra dois ministros próximos a Lula. Ainda que os requerimentos sequer tenham entrado na pauta de votações da CPI do MST, a avaliação é de que, diante do histórico de derrotas do governo no colegiado, ambos serão aprovados ou no mínimo transformados em convite. Foi o que aconteceu com o secretário de Segurança Pública da Bahia, Marcelo Werner, e o comandante-geral da PM, Paulo Coutinho, ouvidos ontem pela comissão.
Voo indigesto
Integrantes do alto escalão do Palácio de Ondina ficaram irritados com o ataque verbal dirigido às companhias áreas pelo presidente da Assembleia Legislativa, Adolfo Menezes (PSD), ao defender ontem o fim dos incentivos tributários concedidos sobre o querosene na aviação, justamente quando o governador Jerônimo Rodrigues (PT) negocia novas rotas para a Bahia. O mal-estar se deve ao tom de ameaça adotado por Menezes no discurso em que critica o preço das passagens nos aeroportos do estado e a substituição de linhas diretas entre municípios baianos por voos com escala em capitais do Sudeste.
Nem um pio
Ao confirmar a ruptura bilateral do contrato do VLT do Subúrbio com o consórcio Skyrail, controlado pela montadora chinesa BYD, o governo do estado não fez qualquer menção sobre os R$ 57 milhões gastos por ele para tocar uma obra que jamais saiu do papel. Sobretudo, se tomará qualquer medida para ressarcir os prejuízos causados aos cofres públicos ou punir os responsáveis pela lambança.
Fim de papo
Em meio à pressão dos professores da rede estadual, o líder da bancada governista na Assembleia, Rosemberg Pinto (PT), esbarrou na resistência da oposição em fechar acordo para votar, na sessão de ontem, a proposta referente à segunda parcela dos precatórios do Fundef. Para o bloco oposicionista, sem juros e mora não há acerto.
Paulo Azi, deputado federal e presidente estadual do União Brasil, ao criticar o percentual proposto por Jerônimo Rodrigues para a seegunda parcela do precatórios do Fundef
“Muito me impressiona que um governador professor adote essa postura com uma categoria que deveria ser valorizada para que a nossa educação avance”